Trump usa a Quinta Emenda e se nega a responder perguntas em investigação sobre fraude

Ex-presidente era questionado pela procuradora-geral do Estado de Nova York em uma das investigações de que é alvo

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou a Quinta Emenda da Constituição do país, que diz que todo cidadão tem o direito de não produzir provas contra si mesmo, e se recusou a responder perguntas da Procuradoria-Geral do Estado de Nova York em uma investigação civil sobre suposta fraude nos negócios de sua família.

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Segundo a mídia americana, a decisão do republicano foi surpreendente, considerando o estágio da investigação. O depoimento desta quarta-feira, 10, provavelmente determinará o curso da investigação civil.

Em um comunicado divulgado logo após o início do interrogatório, Trump disse que invocaria a Quinta Emenda contra a autoincriminação. “Me recusei a responder a perguntas sobre os direitos e privilégios concedidos a todos os cidadãos pela Constituição dos Estados Unidos.”

Trump deixa a Trump Tower em Nova York; ex-presidente prestou depoimento sobre investigações de fraude  Foto: David 'Dee' Delgado

“Quando sua família, sua empresa e todos ao seu redor se tornam alvo de uma caça às bruxas infundada e politicamente motivada, apoiada por advogados, promotores e mídia falsos, você não tem outra escolha”, acrescentou o republicano, alvo de outras investigações.

Mais cedo, Trump havia confirmado por meio de suas redes sociais que estava no escritório da procuradora-geral de Nova York, Letitia James. O ex-presidente foi à sua plataforma Truth Social para lançar uma enxurrada de ataques à procuradora, descrevendo-a como “racista” que está “tentando ‘pegar Trump’” por meio de uma ação legal destinada a derrubá-lo politicamente.

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“James está conduzindo uma continuação da maior caça às bruxas da história americana!”, escreveu Trump. “Minha grande empresa e eu estamos sendo atacados por todos os lados. Banana Republic!”, acrescentou.

Fraudes

A procuradoria de Nova York suspeita que a Organização Trump tenha superestimado de forma fraudulenta o valor de imóveis ao solicitar empréstimos bancários, ao mesmo tempo em que baixava o valor levado a autoridades fiscais para pagar menos impostos.

Trump e seus filhos mais velhos, Donald Jr. e Ivanka, deveriam testemunhar sob juramento em julho, mas os depoimentos foram adiados devido à morte de sua mãe, Ivana Trump, a primeira mulher do ex-presidente. Os Trump negam qualquer conduta ilegal.

A investigação é civil e, portanto, se a procuradora encontrar indícios de fraude, pode condenar a Organização Trump por danos e prejuízos, mas não apresentar penas na esfera criminal. Essa é mais uma das investigações que envolvem o republicano e ameaçam uma eventual candidatura de Trump à presidência em 2024.

FBI em Mar-a-Lago

Na noite de segunda-feira, 8 de agosto, a residência do ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, foi revistada pelo FBI, como parte de uma longa investigação sobre se documentos – alguns deles ultra-secretos – foram levados para lá em vez de serem enviados para os Arquivos Nacionais quando o republicano deixou a Casa Branca. O fato desperta críticas de republicanos enquanto Trump diz sofrer perseguição política.

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Existem várias leis federais que determinam sobre o manuseio de documentos confidenciais, incluindo estatutos que tornam crime remover esse material e mantê-lo em um local não autorizado. Embora um mandado de busca não sugira que acusações criminais estão próximas, autoridades federais que desejam obter uma precisam, primeiro, demonstrar a um juiz que têm indício crível de que um crime foi cometido.

Invasão ao Capitólio

Por semanas, Washington tem sido palco de audiências no Congresso sobre o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio por uma multidão de apoiadores de Trump e suas tentativas de anular a eleição.

O Departamento de Justiça americano também investiga o caso, mas o procurador-geral Garland ainda não identificou um culpado. “Temos que fazer todas as pessoas que são criminalmente responsáveis prestar contas por tentar anular uma eleição legítima”, afirmou Garland recentemente, enfatizando que “nenhuma pessoa está acima da lei”.

Os esforços para anular os resultados das eleições de 2020 também estão sob investigação no Estado da Geórgia. / AFP e NYT

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