No momento mais tenso da noite, Trump culpou o ex-presidente George W. Bush, irmão de Jeb, pela crise econômica no final de seu mandato, em 2007 e 2008, que ajudou a conduzir o presidente Barack Obama ao poder. "O seu irmão nos deixou Obama", disse o magnata. "Os últimos três meses (do mandato de Bush) foram tão desastrosos que nem Abraham Lincoln conseguiria se eleger". Bush respondeu: "Apenas uma coisa a respeito do meu irmão. Ele nos manteve seguros. Não sei se você se lembra disso."
Durante a maior parte do tempo, Trump usou seu talento como comunicador e escapou de várias perguntas sobre detalhes específicos de política externa e sobre como ele pretende deportar 12 milhões de imigrantes ilegais, como prometeu.
Perto do fim, um momento curioso. O senador Rand Paul, um republicano libertário que defende a flexibilização nas restrições sobre consumo de drogas, perguntou aos outros candidatos quem havia fumado maconha. Bush foi sincero. "Quarenta anos atrás, eu fumei maconha. Eu admito. Tenho certeza que muita gente aqui já fumou também, mas não quer admitir diante de 25 milhões de pessoas. Minha mãe não deve estar nem um pouco contente comigo por isso." Instantes depois, Bush postou em sua conta no Twitter: "Desculpe, mãe".
Liderança.
Pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem mostraram o neurocirurgião Ben Carson e a ex-CEO da Hewlett-Packard, Carly Fiorina, mais perto de Trump no Estado New Hampshire, um dos mais importantes e decisivos do processo de primárias, no ano que vem. New Hampshire será o segundo a realizar as prévias e especialistas o consideram crucial para conquistar a indicação do partido.
Na média das pesquisas nacionais, Carly está em sétimo lugar, com cerca de 4% das intenções de voto. No entanto, seu crescimento ocorreu sem que ela tivesse participado do primeiro debate, transmitido pela Fox News, no dia 6 de agosto. Na ocasião, participaram os dez primeiros colocados nas pesquisas, deixando Carly de fora. Com o debate da CNN e a projeção nacional de ontem, a pré-candidata poderá crescer ainda mais nas pesquisas.
Por outro lado, uma vez considerado o favorito do partido, Bush ainda busca recuperar o brilho de sua campanha. Antes do debate de ontem, um dos assessores de sua campanha afirmou, em entrevista à agência Reuters, que Jeb tentaria focar em uma visão mais "esperançosa e otimista" sobre como ele pretende liderar o país e tentaria se apresentar como o oposto de Trump, como ele já vem trabalhando em sua campanha. / REUTERS, EFE
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