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Trump volta a questionar integridade das eleições e diz não ser 'justo' esperar para conhecer eleito

Presidente e candidato à reeleição dos Estados Unidos criticou o modelo de votação por correspondência, o qual, segundo ele, é propenso a fraudes; especialistas, no entanto, afirmam que isso é raro nos EUA

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Por Redação
Atualização:

FILADÉLFIA - O presidente e candidato à reeleição dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a colocar em dúvida a integridade das eleições americanas neste domingo, 1º, afirmando que a contagem de votos que ultrapassa o dia da votação seria uma "coisa terrível".

Eleitores americanos compareceram em peso à votação antecipada. Mais de 90 milhões de pessoas já registraram sua preferência, o que representa 65% do total contabilizado em 2016. As cédulas podem levar dias ou semanas para serem contadas em alguns Estados, o que significa que o vencedor pode não ser anunciado horas após o término da votação na terça-feira, 3, à noite.

Presidente Donald Trump durante comício no Aeroporto Regional Williamsport, na Pensilvânia. Foto: Alex Brandon/AP Photo

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"Eu não acho que é justo nós termos de esperar por um longo período de tempo depois da eleição", disse Trump a jornalistas antes de um comício na Carolina do Norte. A um dia do pleito, com o adversário Joe Biden à frente das pesquisas de opinião, o presidente viajou a Estados-chave em busca tardia por apoio enquanto o democrata compareceu a dois eventos de campanha na Pensilvânia, implorando para que os eleitores votem.

"Não há nada que ele possa fazer para impedir esta nação de votar", disse o ex-vice-presidente americano, referindo-se a Trump, em um comício drive-in em um estacionamento de uma igreja da Filadélfia, onde apoiadores buzinaram em aprovação. "Ele sabe que, se você puder opinar, ele não terá chance. Mas o povo americano não será silenciado."

Alguns Estados, incluindo a Pensilvânia, não começarão a processar os votos por correspondência até o dia da eleição, o que vai retardar o processo. Trump tem dito repetidas vezes, sem apresentar evidências, que esse modelo de votação é propenso à fraude, embora especialistas digam que isso é raro nas eleições dos EUA. Esse tipo de voto é uma característica antiga do processo eleitoral americano e cerca de uma em cada quatro cédulas foi emitida dessa forma em 2016. Já os democratas têm defendido a votação pelos correios como uma forma segura de exercer esse direito durante a pandemia do novo coronavírus.

Trump e os republicanos contam com um grande comparecimento, pessoalmente, na terça-feira. "Nós iremos na noite, assim que a eleição terminar, nós iremos com nossos advogados", disse o presidente aos repórteres sem dar mais explicações.

Ele negou uma reportagem do Axios em que ele teria dito a confidentes que declararia vitória na noite de terça-feira se parecesse que estava à frente, mesmo se o resultado do Colégio Eleitoral não estiver claro. Porém, Trump afirmou que era "uma coisa terrível" que as cédulas fossem contadas após o dia da eleição.

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Na cidade de Washington, em Michigan, o presidente usava seu característico boné vermelho com as palavras "Make America Great Again" (Faça os EUA grande de novo) enquanto prometia a uma multidão que lideraria uma recuperação da pandemia, que matou mais de 230 mil americanos e esmagou a economia. "Estou dando de volta o grande EUA e não estamos tendo nenhum lockdown", disse. /Reuters

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