Nos últimos 300 anos, a Escadaria da Praça da Espanha, em Roma, na Itália, recebeu artistas, poetas e amantes e foi um pano de fundo abrangente. O monumento apareceu em dezenas de filmes, incluindo “Roman Holiday”, com as estrelas Audrey Hepburn e Gregory Peck, em 1953, e recebeu dezenas de desfiles de modas. Mas, na semana passada, ela recebeu atenção midiática por um motivo diferente: os seus degraus foram danificados por uma turista que arremessou uma scooter e gerou um prejuízo de 25 mil euros.
O comunicado da polícia local afirma que no dia 3 de junho, por volta das 2h45, dois turistas americanos -- um homem de 29 anos e uma mulher de 28 -- foram parados pelos policiais por terem jogado uma scooter pela escada. Um vídeo amplamente divulgado mostra a mulher, que não foi identificada, jogando o veículo degraus abaixo diante de algumas pessoas. O homem a acompanhava e carregava outra scooter, mas não joga.
Os turistas foram multados em € 400 (cerca de US$ 430) e proibidos de entrar no local por seis meses, segundo o comunicado. A mulher também recebeu uma queixa mais formal de danos a um monumento porque no vídeo parece empurrar a scooter de forma intencional. Esse crime é punível com até um ano de prisão ou multa de pelo menos € 2 mil.
Franco Pasqualetti, porta-voz da Câmara Municipal de Roma, disse que os dois estavam “completamente bêbados” na noite do incidente.
A Escadaria, uma das atrações turísticas mais populares de Roma, foi construída na década de 1720 e ligam a Piazza di Spagna à Piazza Trinità dei Monti. Em 2016, ela passou por uma restauração de 10 meses, no valor de € 1,5 milhão, financiada pela marca de luxo italiana Bulgari. A principal loja da marca fica no pé da escada.
Três anos atrás, novas regras municipais introduziram uma multa por sentar nos degraus, parte de um esforço mais amplo para proteger o caráter do centro histórico de Roma.
O incidente acontece no momento em que os turistas voltam em massa para Roma, depois de dois anos de pandemia. A Itália foi o epicentro da crise sanitária na Europa e só aderiu a regras mais flexíveis neste mês, retirando a necessidade do passaporte vacinal ou teste negativo de covid-19. /NEW YORK TIMES
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.