A Ucrânia acredita que os militares norte-coreanos que teriam sido enviados para a região russa de Kursk “foram retirados” devido às intensas perdas infligidas pelas forças de Kiev, disse nesta sexta-feira, 31, um porta-voz militar à AFP.
Coreia do Sul, Ucrânia e Estados Unidos afirmam que a Coreia do Norte destacou cerca de 11 mil soldados para Kursk, na fronteira com a Ucrânia, desde outubro, a fim de apoiar Moscou a retomar o controle territorial nas áreas conquistadas por Kiev durante uma ofensiva lançada em agosto.
“Nas últimas três semanas, não vimos nem detectamos atividades ou confrontos armados com os norte-coreanos”, declarou o coronel Oleksander Kindratenko, porta-voz das forças especiais ucranianas.
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“Acreditamos que foram retirados devido às fortes perdas que sofreram”, afirmou, ao ser questionado pela AFP sobre uma informação nesse sentido publicada na quinta-feira pelo New York Times, que citou fontes não identificadas dos Estados Unidos e da Ucrânia.
Segundo o jornal americano, não há registros de soldados norte-coreanos no front há duas semanas.
Os governos russo e norte-coreano nunca admitiram nem negaram a presença dessas tropas em Kursk.
Em dezembro, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski disse que cerca de 3 mil soldados norte-coreanos haviam “morrido” ou ficado “feridos” no front, enquanto Seul indicou mil baixas.
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Tropas ucranianas que lutaram contra os norte-coreanos os descreveram como guerreiros ferozes. Mas a desorganização em suas fileiras e a falta de coesão com as unidades russas rapidamente aumentaram as baixas, disse um oficial ucraniano ao The New York Times.
Desde que chegaram ao campo de batalha, os soldados norte-coreanos foram deixados para se defenderem sozinhos , avançando com poucos veículos blindados e raramente parando para se reagrupar ou recuar, de acordo com oficiais ucranianos e tropas da linha de frente.
Autoridades dos EUA disseram ao jornal americano que a decisão de retirar as tropas norte-coreanas da linha de frente pode não ser permanente. É possível, disseram, que os norte-coreanos retornem após receber treinamento adicional ou depois que os russos inventarem novas maneiras de posicioná-los para evitar baixas tão pesadas./AFP e NYT.