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Ucrânia e TPI pedem que Mongólia prenda Putin quando russo estiver no país

Presidente russo, acusado de crimes de guerra, tem uma visita marcada para próxima semana, no que será sua primeira viagem a um país signatário do Estatuto de Roma

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Por Redação
Atualização:

KIEV — A Ucrânia e o Tribunal Penal Internacional (TPI) pediram nesta sexta-feira, 30, à Mongólia que prenda o presidente russo Vladimir Putin, acusado de crimes de guerra, quando ele visitar o país asiático na próxima semana. O governo russo afirmou não ter nenhuma preocupação a respeito.

Putin tem uma visita à Mongólia prevista para terça-feira, 3, em sua primeira viagem a um país signatário do Estatuto de Roma que criou o TPI, desde que esse tribunal emitiu uma ordem de prisão contra ele, em março do ano passado.

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“A Ucrânia espera que o governo da Mongólia esteja ciente do fato de que Vladimir Putin é um criminoso de guerra”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia. O porta-voz do TPI, Fadi el-Abdallah, afirmou, por sua vez, que os Estados signatários do Estatuto de Roma têm a obrigação de cooperar.

O Kremlin havia afirmado pouco antes que não estava preocupado com uma possível detenção de Putin. “Mantemos um excelente diálogo com nossos amigos mongóis”, disse aos jornalistas o porta-voz presidencial russo, Dimitri Peskov. Putin é acusado de crimes de guerra pela “deportação” de crianças ucranianas dos territórios ocupados por Rússia na Ucrânia. O Kremlin rejeita essas acusações.

O Estatuto de Roma estipula que cada Estado membro que tenha recebido um pedido tome “imediatamente as medidas necessárias para a detenção” do indivíduo procurado.

Putin é acusado de crimes de guerra pela “deportação” de crianças ucranianas dos territórios ocupados por Rússia na Ucrânia Foto: Alexander Kazakov/AP

O tribunal, com sede em Haia, não conta com um corpo policial próprio e tem pouca margem de ação para obrigar a Mongólia a cumprir com a ordem de prisão ou para punir o país, caso decida ignorá-la. A Mongólia, situada entre a Rússia e a China, assinou o Estatuto de Roma em 2000 e o ratificou em 2002.

O líder russo não compareceu à cúpula do Brics, na África do Sul, nem da do G-20, na Índia, no ano passado. Em contrapartida, viajou à China, à Coreia do Norte e ao Azerbaijão este ano, países que não são membros do TPI./AFP.

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