Ucrânia prepara ofensiva para retomar costa do Mar Negro enquanto Rússia avança no leste

Militares ucranianos tentam reduzir capacidades da Rússia em áreas ocupadas no início da guerra, enquanto russos focam na conquista de Donetsk

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Por Redação
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KIEV - Após os conflitos pelo território da província de Luhansk, no leste, a Rússia e a Ucrânia se concentram nas batalhas da região de Donetsk e na costa do Mar Negro. Os russos aumentaram os ataques a alvos civis com artilharia e aviões de guerra nos últimos dias, enquanto se reagrupam e se reabastecem. Em paralelo, a Ucrânia prepara um contra-ataque para reconquistar Kherson, cidade ao sul do país que foi tomada pela Rússia nos primeiros dias da guerra.

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Segundo os relatos das autoridades ucranianas, pelo menos 10 cidades de Donestk foram bombardeadas nos últimos dias, depois que a Rússia conquistou Luhansk. Em um dos ataques, um míssil atingiu um complexo de apartamentos residenciais em Chasiv Iar no sábado e matou cerca de 30 pessoas, de acordo com o Serviço de Emergência da Ucrânia. A Rússia nega ser responsável pelos ataques a alvos civis, apesar das acusações da Ucrânia.

As tropas terrestres de Vladimir Putin também afirmam que interromperam o avanço no leste para se reorganizarem. A ordem partiu do próprio Putin na semana passada, e analistas militares temem que seja o prenúncio de um ataque maior e mais destrutivo.

Equipe de resgate da Ucrânia carrega vítimas de bombardeio a área residencial de Chasiv Iar, na região de Donetsk, em imagem desta segunda-feira, 11. Ataque deixou cerca de 30 mortos e foi atribuído a Rússia Foto: Nariman El-Mofty/AP

A expectativa dos especialistas é que Putin ordene uma nova ofensiva para conquistar o território ucraniano remanescente em Donetsk, ancorado pelas cidades de Sloviansk, Kramatorsk e Bakhmut – se não mais.

Enquanto isso, a Rússia também sinaliza tentar estabelecer o controle permanente dos territórios ucranianos sob a sua ocupação. Nesta segunda-feira, 11, Putin assinou um decreto que simplifica a cidadania russa para todos os ucranianos.

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Um destes territórios é a cidade de Kherson, na costa do Mar Negro. Tomada pelos russos nos primeiros dias da guerra, em 24 de fevereiro, a cidade planeja fazer um referendo para decidir se separar da Ucrânia ou não. Mas, em paralelo, a Ucrânia pede que os ucranianos saíam da cidade para realizar um contra-ataque. “Está claro que haverá combates, haverá bombardeios de artilharia e, portanto, exortamos (as pessoas) a se retirarem com urgência”, declarou a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, em rede nacional.

A ofensiva deve contar com o reforço de novos armamentos enviados pelos países ocidentais. Em um discurso no sábado, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski disse que espera que a nova ajuda, que inclui mais US$ 400 milhões dos Estados Unidos, anunciados na sexta, compense a desvantagem militar e “reduza as capacidades russas de ataque”.

Vereschuk não informou quando a ofensiva teria início, mas disse que o alerta é para evitar que mulheres e crianças se tornem “escudos humanos”. Segundo a Reuters, a cidade possuía cerca de 300 mil habitantes antes da guerra; o número atual é desconhecido.

Iuri Sobolevski, vice-presidente do conselho regional de Kherson, disse ao United News, da Ucrânia, que, embora seja muito difícil sair da cidade, “isso deve ser feito”. Ele disse àqueles que não podem sair para se prepararem para combates pesados. “[Estes] devem se preparar para o fato de que precisarão de abrigo novamente. É necessário ter um suprimento de água e uma certa quantidade de comida para sobreviver ao ataque de nossas tropas”, declarou.

Até o momento, a Ucrânia atacou depósitos de munição e equipamentos russos. Na manhã do sábado, uma enorme explosão foi ouvida na região, segundo as autoridades.

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Já em outras áreas do país, fora de Donetsk e do Mar Negro, a Rússia age para reforçar o controle nos territórios que já estão ocupados e realiza ataques onde está mais fragilizado. Segundo analistas militares, os ataques recentes parecem diferir das táticas anteriores da Rússia na guerra, como a fracassada blitzkrieg em Kiev e depois o bombardeio concentrado de semanas nas principais cidades regionais. Os últimos ataques atingiram uma variedade de alvos sem uma tentativa correspondente de avançar territorialmente. /NYT

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