Uma nova tentativa de retirar civis da cidade sitiada de Mariupol, na Ucrânia, não funcionou, afirmou na noite desta quarta-feira, 20, a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshckuk, acusando as tropas russas de violar o cessar-fogo e bloquear veículos.
“Infelizmente, o corredor humanitário de Mariupol não funcionou hoje como havíamos previsto”, disse Vereschuck. Nesta manhã, ela havia anunciado um acordo “preliminar” com a Rússia para estabelecer um corredor humanitário na cidade.
“Devido à falta de controle sobre seu próprio exército no terreno, os ocupantes não puderam garantir um cessar-fogo adequado”, disse Vereschuck. “Além disso, pela desorganização e negligência, não foram capazes de proporcionar um transporte rápido de pessoas até o ponto onde dezenas de nossos ônibus e ambulâncias estavam esperando”, acrescentou.
Nenhum corredor humanitário foi aberto na Ucrânia desde sábado, devido à falta de acordo com os russos, que intensificaram seus ataques no leste nos últimos dias.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos estão fornecendo avaliações às autoridades ucranianas sobre a possibilidade de estabelecer corredores, mas que é uma “decisão difícil” de tomar. “Houve acordos que fracassaram porque a segurança foi violada pelas forças russas”, disse.
No 56º dia de guerra, a Ucrânia esperava retirar cerca de 6 mil mulheres, crianças e idosos de Mariupol. O prefeito da cidade, Vadim Boichenko, havia comunicado o acordo via um pronunciamento televisivo nacional. Durante o anúncio, Boichenko afirmou que 100 mil civis permanecem em Mariupol. Destes, dezenas de milhares foram mortos no cerco russo da cidade no Mar de Azov.
Leia também
A Ucrânia e a Rússia culparam frequentemente entre si por obstruir os corredores de Mariupol ou disparar ao longo da rota acordada, que normalmente só foi aberta a pessoas que viajavam usando veículos particulares. /AP e Reuters
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.