MONTEVIDÉU - O Uruguai anunciou nesta terça-feira, 10, sua saída da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), bloco criado em 2008 e que reunia países do continente. De acordo com o governo uruguaio, o bloco hoje é apenas "uma agência que de fato parou de funcionar". O país também anunciou que vai retornar ao Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR).
A Unasul foi criada em 2008 com a escalada de governos de esquerda na América do Sul. Criada com 12 países membro, a organização internacional viu a maior parte de seus signatários, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru, abandonaram o grupo.
De acordo com o governo de Luis Lacalle Pou, a maioria dos países da região já havia abandonado o grupo, restando apenas Guiana, Suriname e Venezuela.
"Este é um órgão regional, baseado em alinhamentos político-ideológicos e, de fato, parou de funcionar: não tem mais sede e carece de um secretariado operacional geral", indicou o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai por meio de um comunicado.
O mesmo texto da chancelaria também anunciou a decisão de suspender o processo de retirada do TIAR, que tem mais de 15 membros da região e os Estados Unidos. "Com essa medida, o país reforça seu compromisso histórico com o sistema interamericano", afirmou o ministério.
O governo de Luis Lacalle Pou (centro-direita), que assumiu o cargo em 1º de março após 15 anos de administração da Frente Amplio (esquerda), entende que a retirada do TIAR "enfraqueceu o sistema interamericano e privou o" Uruguai "de fazer sua voz ser sentida nesta área de assistência mútua no campo da defesa coletiva e segurança hemisférica".
Como alternativa ao bloco em declínio, e após a união da América do Sul, autoridades da Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Guiana e Chile, como anfitriões, se reuniram em março de 2019 para inaugurar o Fórum para o Progresso da América (Prosul)./ AFP
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.