Uruguai expõe divergências e não assina comunicado conjunto do Mercosul

A delegação de Uruguai critica o protecionismo do Mercosul, que considera exacerbado, e negocia tratado de livre-comércio com a China

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Por Eduardo Gayer, enviado especial
Atualização:

PUERTO IGUAZÚ — Em um sinal claro de divergência com os demais países do bloco, o Uruguai decidiu, pela quarta vez seguida, não assinar o comunicado conjunto dos titulares do Mercosul. A cúpula de chefes de Estado do Mercosul ocorreu nesta terça-feira, 4, em Puerto Iguazú, Argentina.

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Sem o presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, assinam o documento os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Alberto Fernández (Argentina) e Mario Abdo Benítez (Paraguai).

O Uruguai reclama do protecionismo do Mercosul, que considera exacerbado, e negocia de forma unilateral um tratado de livre-comércio com a China à revelia dos demais países do bloco. O país cobra mudanças no regimento interno para ficar no Mercosul.

Cúpula de líderes do grupo Mercosul, em Puerto Iguazú, Argentina, em 4 de julho de 2023. Foto: REUTERS

No comunicado conjunto, Brasil, Argentina e Paraguai se comprometem em discutir mudanças, embora não citem diretamente as demandas do Uruguai.

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“Os presidentes também concordaram com a necessidade de abrir um espaço de reflexão política sobre a modernização do bloco, incluindo o fortalecimento da agenda interna para uma maior integração de suas economias, bem como a estratégia de inserção internacional”, diz o comunicado conjunto.

Não há qualquer citação à questão da Venezuela do texto, que se compromete, porém, com a entrada da Bolívia e avanços no acordo comercial com a União Europeia após ajustes no tratado.

“Reiteraram o compromisso do Mercosul de avançar para a pronta assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia (UE) em benefício de todas as partes e que considere seus diferentes níveis de desenvolvimento”.

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