O Vaticano doou US$ 400 mil para organizações católicas de Israel e Cisjordânia, na tentativa de melhorar a vida dos cristãos que vivem na região e persuadi-los a não abandonar o Oriente Médio, apesar dos conflitos atuais. O arcebispo Paul Josef Cordes, diretor da agência assistencial católica Cor Unum, entregará os fundos durante uma visita à Terra Santa, entre 7 e 10 de novembro, quando lançará um apelo para que os cristãos permaneçam na região, anunciou hoje a Santa Sé. Uma declaração da Cor Unum observou que o turismo religioso declinou drasticamente nos dois últimos anos de guerra, particularmente após o episódio ocorrido este ano do cerco, por tropas israelenses, de palestinos entrincheirados na Igreja da Natividade em Belém. "É compreensível que muitos tenham o desejo de sair do país", disse a declaração. "A manutenção dos lugares santos correria, no entanto, graves perigos se os cristãos os abandonarem". Durante sua visita, Cordes entregará os US$ 400 mil junto com uma exortação do papa João Paulo II, a fim de "estimular os cristãos a permanecerem nesses lugares torturados, como já fazem tantos missionários de maneira heróica". Contra a camisinha O Vaticano reiterou sua oposição ao uso da camisinha como uma forma de prevenir a aids. Monsenhor Javier Lozano Barragan, presidente do Pontifício Conselho para a Saúde, reconheceu que para alguns a posição da Santa Sé possa soar "ridícula na sociedade em que vivemos", mas ele afirmou que existe apenas uma maneira de se evitar o contágio do vírus HIV, que causa a aids: "a castidade". O Vaticano vem sendo criticado por sua oposição ao uso de preservativos, particularmente em regiões pobres do planeta, como a África, que está sendo devastada pela aids. A Igreja Católica argumenta que a camisinha não oferece 100% de proteção e apenas contribui para o que Barragan chamou de uma sociedade "pan-sexual".
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