Venezuela aceitou receber migrantes deportados dos EUA, incluindo criminosos, diz Trump

De acordo com presidente republicano, Caracas fornecerá transporte de retorno aos deportados; na sexta-feira, Maduro se reuniu com enviado especial de Trump

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Por Redação
Atualização:

Um dia após seu enviado especial viajar a Caracas para uma reunião com o ditador Nicolás Maduro, o presidente Donald Trump anunciou neste sábado, 1°, que a Venezuela aceitou receber os imigrantes ilegais deportados pelos Estados Unidos. Segundo o republicano, Caracas aceitou inclusive receber membros do grupo criminoso Tren de Aragua.

“A Venezuela concordou em receber de volta a seu país todos os imigrantes ilegais venezuelanos que estavam acampados nos Estados Unidos, incluindo os membros da gangue Tren de Aragua”, escreveu Trump na rede Truth Social, afirmando que Caracas também concordou em oferecer o transporte para deportação.

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Também na rede social, Trump celebrou a soltura de seis americanos que estavam detidos em Caracas, acusados de conspiração contra o regime chavista. Eles foram liberados na sexta-feira, 31, e retornaram aos Estados Unidos após a reunião entre Richard Grenell, o enviado especial de Trump, e Maduro.

“Estamos decolando e indo para casa com esses seis cidadãos americanos”, Grenell postou no X com uma foto mostrando ele e os homens a bordo de uma aeronave. “Eles acabaram de falar com @realDonaldTrump e não conseguiram parar de agradecer a ele.”

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Grenell viajou a Caracas para exigir que Maduro aceitasse o retorno incondicional dos venezuelanos deportados dos Estados Unidos ou enfrentaria as consequências.

“Estamos no processo de expulsar um número recorde de estrangeiros ilegais de todos os países, e todas essas nações aceitaram o retorno dos estrangeiros ilegais”, afirmou o republicano.

Não está claro, no entanto, se receber os membros deportados do Tren de Aragua seria uma concessão tão grande de Maduro, já que muitos especialistas suspeitam que a gangue tenha relações com o chavismo — desde 2023 o regime sinaliza disposição de cooperar com os americanos na extradição dos criminosos.

A reunião em Caracas ocorreu menos de um mês após Maduro tomar posse para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, rejeitando as acusações de falta de transparência e a reivindicação da vitória pela oposição. No Salão Oval, na sexta-feira, Trump foi questionado a reunião dava legitimidade a um governo que os Estados Unidos não reconheceram oficialmente.

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“Não. Queremos fazer algo com a Venezuela. Tenho sido um grande oponente da Venezuela e de Maduro”, respondeu Trump. “Eles não nos trataram tão bem, mas trataram, mais importante, o povo venezuelano, muito mal.”

Ditador venezuelano, Nicolás Maduro, recebeu Richard Grenell, o enviado especial de Trump, no palácio Miraflores em Caracas, na sexta-feira, 31 Foto: Assessoria de Imprensa da Presidência da Venzuela via AP

Maduro, aparecendo na televisão estatal depois que Grenell deixou a Venezuela, disse que a visita rendeu “acordos iniciais”, mas não forneceu detalhes.

“Vi três presidentes dos EUA passarem diante de mim”, disse Maduro. “Este é o quarto mandato, e nossa mensagem tem sido uma: queremos construir relações de respeito pela soberania da Venezuela, pela vida democrática da Venezuela, pelo direito internacional e pela nossa região latino-americana.”

Alguns republicanos, como Elliott Abrams, que serviu como enviado especial para a Venezuela e o Irã durante o primeiro governo Trump, criticaram a visita.

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“Um encontro com Maduro será usado por ele para legitimar seu governo e mostrar que os americanos o reconhecem como presidente. Se o propósito é entregar uma mensagem dura sobre questões de migração, o presidente poderia ter feito isso sozinho. Não havia necessidade de enviar alguém para Caracas”, disse./AFP e AP