BRASÍLIA - O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, teve encontro neste sábado com representantes da oposição ao presidente Nicolás Maduro. Na sexta-feira, Amorim havia se reunido com o chanceler do país, Yvan Gil.
Segundo a assessoria de comunicação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Amorim se reuniu com o representante da oposição venezuelana nos Acordos de Babados - que permitiram negociações para as eleições deste ano - Gerardo Blyde. O encontro aconteceu pela manhã e durou cerca de uma hora. Amorim e Blyde têm conversado com frequência há mais de um ano.
O assessor e embaixador brasileiro também teve reunião com o Centro Carter, organização sem fins lucrativos fundada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter. Representantes da entidade estão no país para acompanhar as eleições deste domingo. A informação do encontro foi noticiada pelo jornal O Globo.
Também é esperado para este sábado que ele se reúna com o representante do governo Maduro nos Acordos de Barbados, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez.
De acordo com o governo brasileiro, o objetivo é dialogar com os dois lados. Não há previsão de que Amorim se encontre com María Corina Machado.
Celso Amorim
Pelas redes sociais, o chanceler venezuelano disse que o encontro de sexta-feira com Amorim foi cordial, e que ambos discutiram “a impecável organização do processo por parte do nosso Poder Eleitoral; um dos mais transparentes e seguros do mundo”.
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Outros observadores internacionais da eleição foram proibidos de desembarcar e permanecer no país pelo governo venezuelano. Uma delegação de ex-presidentes foi impedida de desembarcar, assim como um grupo de deputados de Chile, Colômbia, Argentina e Espanha.
Maduro, de 61 anos e no poder desde 2013, tem como principal rival o diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos, indicado pela aliança opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) devido à inabilitação política de sua candidata original, María Corina Machado, e outros dirigentes.
Há cerca de 10 dias, Maduro advertiu que há risco de “um banho de sangue” no país, caso a oposição vença. A fala repercutiu até entre políticos aliados, como os presidentes do Brasil e do Chile, Luiz Inácio Lula da Silva e Gabriel Boric, que expressaram preocupação.
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