Eleição na Venezuela: opositora de Nicolás Maduro diz que não conseguiu registar candidatura

Coligação Plataforma Unitária afirma que oposição foi impedida de acessar sistema de registro; Conselho Nacional Eleitoral negou prorrogação do prazo

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Por Redação

Após o fim do prazo de inscrição para as eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, a principal coligação de oposição do país denunciou na madrugada de terça-feira, 26, que as autoridades eleitorias não permitiram o registro da candidatura de Corina Yoris, negando-lhe acesso ao sistema de inscrição.

“Informamos a opinião pública nacional e ao mundo que todo o dia estamos trabalhando, reunidos em uma sessão permanente, para tratar de exercer nosso direito constitucional de nomear nosso candidato e não tem sido possível. Não nos permitiram acessar ao sistema de inscrições”, disse o secretário-executivo da Plataforma Unitária, Omar Barboza, em um vídeo divulgado pela coligação.

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O prazo para inscrição iniciou na quinta-feira, 21, e acabou às 23h59 de segunda-feira, 25. As candidaturas deveriam ser feitas em um site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A Plataforma Unitária exigiu que o prazo fosse reestabelecido, mas o presidente do CNE, Elvis Amoroso, confirmou que as inscrições fechariam à meia-noite, descartando os pedidos de prorrogação.

“NUNCA tivemos acesso ao sistema de aplicações. Desde o mesmo dia, quinta-feira, 21 de março (março), às 6 horas, tentamos sistematicamente acessar ao sistema e não foi possível”, publicou a Plataforma Unitária em uma mensagem que acompanha o vídeo na rede social X.

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A coligação Plataforma Unitária afirmou que não foi possível acessar o site de registro de candidatura para as eleições presidenciais da Venezuela, marcadas para o dia 28 de julho. Foto: AP Foto/Matías Delacroix

Corina Yoris, filósofa e professora universitária, nomeada por María Corina Machado após sua inabilitação de 15 anos para exercer cargos públicos, foi a candidata escolhida pela Plataforma Unitária para concorrer contra Nicolás Maduro. Machado havia vencido as primárias da aliança partidária no ano passado, mas a indicação de Yoris foi feita na semana passada, após a ratificação do veto à ex-deputada.

“Meus direitos como cidadã venezuelana estão sendo violados ao não me permitir acessar o sistema e registrar minha candidatura”, disse Yoris. “Fizemos todas as tentativas para inserir os dados do cartão... e o sistema está completamente fechado para poder inserir digitalmente.” Ela acrescentou que houve, inclusive, uma tentativa sem êxito de entregar pessoalmente uma carta ao CNE pedindo prorrogação do prazo.

Mais cedo, Nicolás Maduro formalizou perante o CNE sua candidatura para um terceiro mandato, que o deixaria 18 anos no poder. Yoris nunca trabalhou na administração pública e seu nome aparecia limpo de objeções na base de dados da autoridade eleitoral.

Corina Yoris de 80 anos, indicada por María Corina Machado, é filósofa e professora universitária e nunca trabalhou na administração pública.  Foto: REUTERS/Efrain Otero

Referindo-se aos seus adversários, e sem mencionar as dificuldades que opositores tiveram em registar Yoris, Maduro afirmou: “direita golpeada, no dia 28 de julho haverá eleições com você ou sem você”.

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Um partido que integra a Plataforma Unitária, a UNT, foi autorizado a indicar candidatos, embora tenha se juntado às reclamações da coligação. No entanto, relatos de jornalistas locais sustentam que o partido teria nomeado o ex-candidato presidencial Manuel Rosales, o que ainda não foi confirmado pelo grupo.

Rosales, atual governador do Estado petrolífero de Zulia, no oeste da Venezuela, enfrentou o falecido Hugo Chávez nas eleições presidenciais de 2006.

Desde quinta-feira, foram inscritos 11 candidatos, de acordo com agência Associated Press: Maduro, Luis Eduardo Martínez, Daniel Ceballos, Antonio Ecarri, Juan Carlos Alvarado, Javier Bertucci, José Brito, Claudio Fermín, Luis Ratti, Enrique Márquez e o comediante Benjamín Rausseo. Deles, apenas Maduro e Rausseo aparecem nas diferentes pesquisas de intenção de voto. Os candidatos devem aguardar se sua candidatura ser aceita pela CNE./AFP e Associated Press.

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