Ditadura de Maduro torna mais cinco opositores inelegíveis na Venezuela

Medida amplia questionamentos sobre lisura do processo eleitoral no qual ditador buscará 3º mandato

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Por Redação

A Controladoria da Venezuela, alinhada à ditadura de Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira , 25, a inabilitação política de mais cinco opositores ao regime — dois prefeitos em exercício e três ex-deputados. A decisão aumenta uma lista já extensa de líderes que perderam seus direitos políticos meses antes do processo eleitoral previsto para 28 de julho, no qual Maduro buscará o terceiro mandato.

Segundo o especialista eleitoral Eugenio Martínez, os cinco políticos tornados inelegíveis eram potenciais candidatos a cargos regionais — após a eleição presidencial, a Venezuela deve realizar em 2025 votações para prefeitos e governadores. Ainda que eles não concorram diretamente contra Maduro em julho, as inabilitações indicam maior repressão à oposição meses antes do pleito.

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Nos últimos anos, esse tipo de sanção tem sido praticada de forma sistemática no país e vem atingindo líderes com ampla popularidade, como María Corina Machado. Vencedora das primárias da oposição e favorita nas pesquisas, a ex-deputada ficou inelegível para as eleições após acusações de irregularidades administrativas na época em que ela foi deputada, de 2011 a 2014.

Os alvos agora são os prefeitos de El Hatillo, Elías Sayegh, e de Los Salias, José Antonio Fernández López, e os ex-deputados Tomás Guanipa, Carlos Ocariz e Juan Carlos Caldera. Todos ficarão inabilitados por 15 anos, com exceção do último, para quem a sanção durará 12 meses. Eles são correligionários do duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles, que também teve seus direitos políticos cassados.

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Decisão de Controladoria da Venezuela, alinhada a Maduro, aumenta lista já extensa de líderes que perderam seus direitos políticos meses antes do processo eleitoral. Foto: Juan Barreto/AFP

As resoluções que registram as desqualificações são de 16 de abril de 2024, de acordo com o documento publicado pela Controladoria em seu site, mas só foram divulgadas nesta quinta. Ocariz, Guanipa e Caldera, que junto com Capriles fazem parte do partido Primeiro Justiça (PJ), criticaram as medidas.

”Não importa o que façam, nem como façam. Nada nos distrai, ninguém nos tira do caminho eleitoral. Todos a votar em 28 de julho!”, escreveu Guanipa no X, mesma plataforma em que seus correligionários fizeram apelos semelhantes.

A Plataforma da Unidade Democrática (PUD), principal aliança opositora, disse que as medidas aplicadas pelo regime são ilegais. A oposição vem denunciando obstáculos e ataques relacionados ao processo eleitoral após bloqueios para a inscrição de candidaturas e a intervenção em partidos como o PJ, cujo controle foi entregue de forma judicial a José Brito, acusado de colaborar com o regime.

Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo, rebateu as acusações e disse que na oposição há trapaceiros que buscam interferir no processo eleitoral. Ele pediu às autoridades que revisem as candidaturas de opositores antes do pleito marcado para julho.

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Capriles está impedido de exercer cargos públicos desde 2017, numa sentença também válida por 15 anos. A punição foi determinada por supostas irregularidades administrativas de 2011 a 2013, quando ele era governador de Miranda, no norte do país.

Neste ano, a oposição procurou concentrar forças em um único candidato para enfrentar Maduro, que tentará o terceiro mandato consecutivo contra 12 oponentes, a maioria rotulados de colaboradores do regime.

No último domingo, 21, o diplomata Edmundo González Urrutia disse ter aceitado sua nomeação definitiva como candidato da maior plataforma da oposição para enfrentar o ditador na eleição de julho. Ele havia sido inscrito de forma provisória pouco antes do fim do prazo para garantir a presença da oposição na cédula, em meio à inabilitação de Corina Machado e à impossibilidade de inscrição no sistema eleitoral de Corina Yoris, então escolhida para substituir a vencedora das primárias.

Em março, Yoris, primeira escolha de Machado e sem experiência na política institucional, viu sua tentativa de se candidatar frustrada ao não conseguir inscrever seu nome na plataforma eleitoral, que, segundo ela, estava fechada para a inserção de novos dados.

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