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Oposição venezuelana toma as ruas de Caracas em protesto em massa para rejeitar reeleição de Maduro

Protesto contou com a presença da líder opositora, María Corina Machado, que estava escondida desde 30 de julho após ter se tornado alvo de uma investigação criminal do regime chavista

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Por Redação

Quase três semanas após Nicolás Maduro ter sido proclamado vencedor em uma eleição marcada por falta de transparência e acusações de fraude, milhares de seguidores da oposição foram às ruas de várias cidades da Venezuela neste sábado, 17, para rejeitar o resultado divulgado pelas autoridades, vinculadas ao chavismo, e reivindicar a vitória de Edmundo González Urrutia. Para contrapor os movimentos, o regime chavista também convocou apoiadores às ruas.

Na Avenida Francisco Miranda, uma das mais movimentadas e amplas de Caracas, manifestantes começaram a se reunir desde cedo para esperar a líder da oposição, María Corina Machado, que se juntou à manifestação mais tarde, rompendo um intervalo de mais de duas semanas sem aparecer em público, temendo pela sua segurança.

Protestos convocados pela oposição levaram milhares às ruas de Caracas e outras cidades venezuelanas neste sábado, 17, para mais uma vez se manifestarem contra a reeleição de Maduro. Foto: AP/Cristian Hernández

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“Não vamos deixar as ruas!”, advertiu Corina Machado, que estava acompanhada de outros dirigentes opositores e segurava uma bandeira da Venezuela. “Este é o momento de cobrar, e o que significa cobrar? Significa que cada voto seja respeitado, não há nada que esteja acima da voz do soberano, e o soberano falou na Venezuela.”

“Que o mundo e todos dentro da Venezuela reconheçam que o presidente eleito é Edmundo González”, enfatizou enquanto era ovacionada pelos manifestantes.

O candidato González Urrutia, que não é visto em público desde 30 de julho, não participou do protesto. Assim como Corina Machado, ele está está escondido desde que as autoridades venezuelanas, sob o controle chavista, iniciaram uma investigação criminal contra ambos por “instigação à rebelião”, entre outras acusações, após solicitarem aos militares e policiais que retirassem seu apoio ao presidente Maduro.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, González Urrutia disse que as manifestações deste sábado “são uma força que fará respeitar a decisão de mudança”. “Temos os votos, temos os registros, temos o apoio da comunidade internacional e temos os venezuelanos decididos a lutar por nosso país”, acrescentou.

Corina Machado estava evitando aparecer em público desde o dia 30 de julho, temendo pela sua segurança. Pelo mesmo motivo, Edmundo González não compareceu ao protesto. Foto: AP Photo/Cristian Hernandez

O chamado da oposição se espalhou pelo mundo, um reflexo da emigração em massa de venezuelanos, totalizando quase 8 milhões de pessoas que deixaram o país nos últimos anos. Protestos também foram registrados em países como Colômbia, Austrália, Estados Unidos e Espanha.

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“Sinto que o país é um agora. Voltamos a ser um”, declarou Kevin Lugo, de 28 anos, organizador da manifestação em Sydney, na Austrália.

Marcha chavista

O regime chavista também convocou manifestações para a tarde deste sábado para apoiar a reeleição de Maduro. Milhares de seguidores do ditador venezuelano começaram a se concentrar no centro de Caracas para uma manifestação em seu apoio.

O governante pediu para “certificar” a eleição perante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de favorecer o governo com suas decisões.

Uma caravana com dezenas de motociclistas partiu da densamente povoada área de Petare em direção ao centro, e sua rota, a princípio, passa por onde está a oposição. O canal estatal VTV mostrou marchas de apoio em outras cidades. /AFP e AP.

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