Venezuela x Guiana: em meio à crise, Mauro Vieira defende a paz no continente

Chanceler brasileiro se reúne nesta quarta-feira com presidente Lula e assessor especial para assuntos internacionais Celso Amorim

PUBLICIDADE

Foto do author Jéssica Petrovna
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO - Em meio à disputa entre a Venezuela e a Guiana pela região do Essequibo, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu a paz no continente. O chanceler está no Rio de Janeiro, onde participa da Cúpula do Mercosul, e exaltou a importância do bloco sul-americano para a manutenção de um ambiente pacífico na região.

“Em um mundo conturbado, com tantos conflitos, é sempre importante lembrar a contribuição do Mercosul para que a América do Sul constitua hoje a zona de paz mais extensa do mundo”, apontou o chanceler. “A manutenção da paz é imprescindível para o desenvolvimento econômico e é essencial que continuemos dialogando e trabalhando para que a nossa região siga nessa trilha”, concluiu.

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante a 63ª Cúpula de Chefes de Estado do MERCOSUL e Estados Associados, realizada no Museu de Arte do Rio, no centro da cidade, nesta quarta-feira, 6.  Foto: PEDRO KIRILOS / ESTADÃO

PUBLICIDADE

Mais cedo, Mauro Vieira disse à Agência Reuters que não vê risco de conflito entre os dois países que disputam um território de 160 mil quilômetros na fronteira Norte do Brasil. Ainda hoje, o chanceler tem um encontro marcado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o assessor especial da presidência para assuntos internacionais Celso Amorim.

A disputa pelo Essequibo é secular, mas se intensificou nos últimos anos com a descoberta de petróleo na região e agora atingiu o ponto mais alto. Na terça-feira, 5, o ditador venezuelano Nicolás Maduro determinou a criação do Estado chamado Guiana Essequiba no território do país vizinho e ordenou à estatal PDVSA que distribua licenças para exploração de petróleo por lá.

A ordem de Maduro segue a vitória do “sim” no referendo desde domingo, 3, quando os venezuelanos foram questionados, entre outras coisas sobre a criação do Estado. A votação foi marcada pela alta abstenção que expôs as dificuldades do regime um ano antes das eleições.

Publicidade

Em resposta ao plebiscito, o presidente da Guiana, Irfan Ali, tem afirmado que se preparada para defender o país, caso a Venezuela decida seguir com o plano de anexar o Essequibo. A resposta de Caracas veio por meio de um comunicado que tachou o comportamento do guianês como “errático, ameaçador e arriscado”.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.