Viagra, perfumes, carros, relógios: o que a polícia encontrou no covil do líder da Cosa Nostra

Matteo Messina Denaro vivia uma vida de luxo e gastos, ao mesmo tempo em que levava um dia a dia normal, com idas ao supermercado

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Atualização:

Perfumes, roupas de grife de várias marcas e pílulas de Viagra foram encontrados na terça-feira, 17, em um apartamento que a polícia italiana acredita ser o último esconderijo de Matteo Messina Denaro, chefe da máfia siciliana Cosa Nostra, preso na segunda-feira. Os investigadores não encontraram armas.

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Messina Denaro, de 60 anos e conhecido por ser um chefão sanguinário, foi preso em um hospital particular em Palermo, onde se submetia a um tratamento contra o câncer, após 30 anos foragido e está detido na cidade italiana de L’Aquila, disse o promotor de Palermo. Ele foi transferido da Sicília no dia de sua prisão.

O apartamento, revistado na terça, fica em um prédio modesto perto do centro de Campobello di Mazara, cidade de 10 mil habitantes na província de Trapani, na Sicília Ocidental, a dez quilômetros de Castelvetrano, a cidade natal de Messina Denaro.

Chefe da máfia Cosa Nostra é preso na Itália e vivia vida de luxo  Foto: EFE/EPA/CARABINIERI

A polícia também encontrou sapatos, uma geladeira cheia e recibos de restaurantes, disseram fontes judiciais. “Ele tinha uma vida normal, ia até ao supermercado”, disse o magistrado Paolo Guido, um dos que investigam Messina Denaro.

Além das pílulas de Viagra, os investigadores encontraram vários preservativos, o que confirma a conhecida paixão do mafioso por mulheres. As autoridades investigam as mulheres recebidas por ele.

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A polícia vistoriou o edifício amarelo de dois andares e entrou no apartamento onde o chefão se alojava, segundo imagens às quais a agência France-Press teve acesso. O pequeno edifício ficou sob a vigilância permanente da polícia.

O mafioso vivia há pelo menos seis meses em um apartamento reformado, “que demonstra as boas condições econômicas do fugitivo. Com móveis refinados, de alto nível, mas não de luxo”, revelou à imprensa o comandante da polícia de Trapani, Fabio Bottino.

“Estão realizando investigações, analisando vestígios biológicos, procurando esconderijos e locais onde poderia esconder documentos. Um trabalho que levará vários dias”, explicou.

O chefe da máfia se apresentava aos vizinhos como Andrea Bonafede, possuía documento de identidade vigente e dizia que era médico.

Ramificações da máfia

O último chefão da Cosa Nostra, cruel e ‘invisível’, liderava uma organização bilionária graças a suas ramificações em vários setores, do tráfico de drogas ao imobiliário, energia eólica e apostas online.

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Matteo Messina Denaro segue os passos dos chefões históricos da Cosa Nostra, Totó Riina e Bernardo Provenzano, que morreram na prisão em 2017 e 2016, respectivamente.

Líder da nova geração que substituiu antigos chefes, o “príncipe de Trapani”, como também era chamado, era apaixonado por luxo e relógios de ouro. De fato, ele estava muito bem vestido e usava um relógio avaliado entre 30 mil e 35 mil euros, contaram os responsáveis por sua prisão. Segundo o jornal Il Messaqgero, ele conta com uma fortuna de 4 bilhões de euros graças a seus milionários negócios legais e ilegais.

“Agora vamos investigar essa ‘elite mafiosa’ que o protegeu todos estes anos”, afirmou na segunda-feira Maurizio de Lucia, procurador-geral de Palermo, durante uma entrevista coletiva.

As investigações se concentram agora na rede que garantiu que ele permanecesse escondido tranquilamente por 30 anos, que inclui o médico responsável por seu tratamento, Alfonso Tumbarello, de 70 anos.

Muitos se perguntam se o chefe revelará os segredos mais obscuros da máfia siciliana, como os atentados dos anos 90 que sacudiram a Itália e transformaram a organização criminosa para sempre.

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O mais procurado

Nascido em abril de 1962, Matteo Messina Denaro ocupava o primeiro lugar da lista elaborada pelo Ministério do Interior com os seis criminosos mais procurados da Itália.

No ano 2000, ele foi condenado à revelia por homicídio e em 2020 pelo atentado contra o juiz antimáfia Giovanni Falcone, assassinado a mando da cúpula da Cosa Nostra em 1992. / AFP

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