Vice dos EUA pede que venezuelanos tomem as ruas do país contra Maduro

Atos estão marcados para a quarta-feira, 23; chavismo diz que pode haver violência e bairros pobres de Caracas já registram protestos

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Por Redação

CARACAS - O governo americano exortou os venezuelanos a tomarem as ruas na quarta-feira, 23, contra o presidente Nicolás Maduro, nos primeiros protestos convocados pela oposição desde a posse do líder chavista para seu segundo mandato. O chavismo reagiu com a promessa de marchas de apoio a Maduro e alertas de que pode haver violência “provocada pelos opositores”. Na madrugada desta terça-feira, 22, houve registro de protestos de pequeno porte contra o governo em bairros tradicionalmente chavistas de Caracas

Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o vice-presidente americano Mike Pence pediu que os venezuelanos tomem as ruas do país hoje para que suas vozes sejam ouvidas. Ele chamou Maduro de ditador e elogiou o líder da oposição, Juan Guaidó, que convocou os protestos. 

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“Maduro não tem mais legitimidade para governar”, disse Pence. “Queremos dizer que os Estados Unidos apoiam vocês.”

Pence é pouco conhecido na Venezuela, mas a reação chavista foi rápida. O vice-presidente Jorge Rodríguez acusou o americano de tentar intervir no país e afirmou que ele foi o responsável pela sublevação de policiais da Guarda Nacional Bolivariana na segunda-feira, que terminou com 27 oficiais detidos

Nicolás Maduro discursa no TSJ, em fevereiro de 2018, e governo acusa juiz de fugir da Venezuela para se esquivar de uma investigação Foto: Marco Bello

“As armas roubadas ontem têm como destino atos de violência no ato de amanhã”, disse Rodríguez, sem oferecer provas das acusações. “A célula terrorista do Voluntad Popular (partido de Guaidó) disparará contra a manifestação opositora por ordens de Mike Pence.”

Não é a primeira vez que autoridades chavistas responsabilizam a oposição por atos de violência contra si mesma. No começo do mês, Maduro disse que a detenção temporária de Guaidó foi obra de uma trama para incriminá-lo para a comunidade internacional. / AFP e EFE

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