CARACAS - O vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, anunciou nesta terça-feira, 9, a prisão de um ativista opositor e outras oito pessoas acusadas de pertencer a uma “célula armada” que estaria supostamente organizando um golpe de Estado contra Nicolás Maduro. Na quianta-feira, 4, Maduro já tinha anunciado a prisão de supostos chefes da 'insurgência armada' no país.
Em declarações veiculadas pela televisão estatal, El Aissami disse que entre os detidos está o ativista Nixon Alfonso Leal, que estaria vinculado ao partido opositor Primero Justicia. Leal estava em liberdade condicional desde dezembro do ano passado depois de ser preso em meio aos protestos anti-governo.
Segundo o vice-presidente, o ativista teria estruturado uma organização insurgente armada que operava com células em diferentes áreas de Caracas com o apoio de organizações partidárias da oposição. Os órgãos de segurança teriam estabelecido um vínculo entre a suposta “insurgência armada” e os protestos opositores que se registram no país nas últimas semanas. Durante a ação policial, foram apreendidos fuzis, granadas, munições, uniformes, artefatos explosivos, bombas molotov e bombas de gás lacrimogêneo.
Protestos. As manifestações contra o governo de Nicolás Maduro se espalharam por várias cidades do país, entra elas Calabozo, no Estado de Guarico, onde a estudante de medicina Aliz Whaskier, de 25 anos, foi ferida. O acidente ocorreu quando um grupo de pessoas do setor agropecuário e estudantes se manifestavam em um trecho da Rodovia Nacionalem Calabozo.
De acordo com investigações preliminares, o condutor de um veículo pertencente ao Instituto de Seguros Sociais, identificado como Fersen Cedeño, acelerou para abrir caminho entre os manifestantes e feriu a jovem. Ele e um acompanhante, o sargento do exército Elvis López Hidalgo, de 21 anos, foram presos em flagrante.
A oposição tem acusado Maduro de utilizar os poderes Judiciário e Eleitoral para adiar as eleições e evitar uma derrota diante da crescente insatisfação da população devido à crise que o país enfrenta. A atuação dos órgãos de segurança, porém, tem sido questionada por organizações humanitárias, opositores e pelo secretário geral da OEA, Luis Almagro, que acusam o governo de exceder na contenção dos protestos. /Associated Press
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