SEUL - A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, chegou à Coreia do Sul nesta quinta-feira, 29, para fortalecer a aliança de Washington com Seul, um dia após a Coreia do Norte realizar um novo teste de míssil balístico.
Harris desembarcou na Base Aérea de Osan depois de uma visita a Tóquio para participar do funeral de estado do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Já em solo sul-coreano, ela se encontrou com o presidente Yoon Suk-yeol.
Antes do encontro, Harris declarou que a aliança de ambos os países era “um eixo de segurança e prosperidade na península coreana”. “Estou aqui para reforçar a força de nossa aliança e fortalecer nosso trabalho conjunto”, acrescentou. Os Estados Unidos têm cerca de 28,5 mil soldados na Coreia do Sul para ajudar a proteger o país de seu vizinho com armas nucleares ao norte.
A vice-presidente também visitará a Zona Desmilitarizada (DMZ) fortificada que divide a península coreana, algo que pode irritar Pyongyang. A Coreia do Norte denunciou a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, como a “pior destruidora da paz internacional” quando visitou a DMZ em agosto.
Nesta semana, Pyongyang realizou dois testes de mísseis balísticos antes da chegada de Harris, um no domingo e outro na quarta-feira, como parte de uma série recorde de testes de guerra até agora neste ano.
Falando em um destróier dos EUA em uma base naval antes de deixar o Japão, Harris acusou o Norte de ameaçar a estabilidade regional com seus testes de mísseis, denunciando seu “programa de armas ilícitas”.
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Autoridades sul-coreanas e norte-americanas alertaram que o líder norte-coreano Kim Jong-un está se preparando para realizar um novo teste nuclear e, segundo a agência de espionagem de Seul, pode ocorrer em novembro, após o Congresso do Partido Comunista da China em outubro.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul estão realizando exercícios navais conjuntos em larga escala nesta semana em um teste de força contra as crescentes provocações norte-coreanas. Yoon e Harris devem discutir a aliança de segurança dos dois países e uma série de outras questões regionais e globais, disse o gabinete do vice-presidente.
Seul também terá que levantar preocupações sobre uma lei assinada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que remove os subsídios para carros elétricos feitos fora de seu país, o que afetaria empresas coreanas como Hyundai e Kia. /AFP
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