Imagens que circulam nas redes sociais mostram o início do incêndio que atingiu o salão de um casamento no Iraque na noite de terça-feira, 26, matando cerca de 100 pessoas e deixando outras 150 feridas, com queimaduras severas ou dificuldade de respirar devido à inalação de fumaça tóxica.
O incêndio aconteceu durante um casamento no distrito de Hamdaniya, a sudeste da cidade de Mosul, na planície de Nínive. O prefeito do distrito, Issam Behnam, disse que 85 pessoas morrem, inclusive alguns de seus parentes. Testemunhas relataram às autoridades que artefatos pirotécnicos, provavelmente fogos de artifício, foram disparados em direção ao teto enquanto os noivos dançavam.
Eles disseram que, então, as volumosas decorações no teto rapidamente começaram a pegar fogo, e eletricidade imediatamente caiu, por razões que ainda não estão claras. “Quando as luzes se foram, pessoas não sabiam onde ir e começaram a se bater em mesas e cadeiras e cair no chão”, disse Ghazwan Ibrahim, um dos convidados sobreviventes.
Ibrahim ainda procurava sua esposa, seu filho e sua filha, que haviam comparecido ao casamento com ele. “Procurei nos hospitais de Mosul, fui ao centro de medicina legal e ainda não os encontrei”, disse ele.
Outro convidado, Gorges Yohana, disse que o fogo avançou com uma velocidade surpreendente. “O telhado pegou fogo em três segundos e o fogo foi muito grande”, disse ele. “Ajudei umas sete ou oito pessoas, mas não pude ajudar mais porque estava sufocando com a fumaça e meus olhos ardiam e lacrimejavam.”
Enquanto o fogo se intensificava, uma escavadeira foi usada para abrir buracos na parede, para permitir que as pessoas fugissem. Mas o influxo de oxigênio que se seguiu pode ter alimentado as chamas, que pareciam engolir o prédio, conforme mostram imagens das redes sociais.
Além do uso de sinalizadores, há relatos de que materiais de construção inflamáveis no salão teriam sido um fator na rápida propagação do incêndio. Depois que os sinalizadores foram disparados para cima, em direção ao teto, algumas testemunhas oculares disseram que pedaços do teto ou decorações fixadas nele começaram imediatamente a cair. O primeiro-ministro Mohammed Shia al Sudani pediu uma investigação sobre a causa do incêndio./The New York Times.
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