Violência provoca pelo menos 50 mortes no Iraque

Em Baqouba, 60 quilômetros a nordeste de Bagdá, atiradores abriram fogo contra uma família xiita que tentava fugir da cidade, matando cinco de seus membros

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos 50 pessoas morreram em episódios de violência ocorridos no Iraque nesta terça-feira, entre elas membros de duas famílias, um funcionário da tevê estatal iraquiana, um juiz e três pessoas atingidas pela explosão provocada por um militante suicida num mercado de peixes de Bagdá. O homem-bomba atacou o mercado de peixes por volta das 7h locais, disse o tenente de polícia Maitham Abdul Razzaq. O mercado fica num bairro sunita na zona sudoeste de Bagdá. Além do militante suicida e dos outros três mortos, mais 19 ficaram pessoas feridas. O funcionário da tevê estatal iraquiana morreu em um ataque em Mossul, no norte curdo do país, e o juiz assistente Naim Manei foi assassinado em Hay, 220 quilômetros ao sul de Bagdá. Em Baqouba, 60 quilômetros a nordeste de Bagdá, atiradores abriram fogo contra uma família xiita que tentava fugir da cidade, matando cinco de seus membros. Mais tarde, os corpos de uma mulher e dois homens de uma mesma família foram vistos jogados em uma rua da cidade. Em outros locais de Baqouba, uma cidade povoada tanto por xiitas como por sunitas, mais 10 pessoas foram mortas em ações violentas. Pelo menos 10 cadáveres foram encontrados, aparentemente vítimas de ataques sectários. Entre eles, sete corpos estavam na área norte de Baqouba. Outras 16 pessoas morreram em diversos episódios de violência ocorridos hoje em várias partes do Iraque. Em Bagdá, o comando militar americano informou que nove soldados do Exército dos Estados Unidos e dois fuzileiros foram mortos em ataques recentes nas proximidades de Bagdá. Com esse anúncio, eleva-se a 15 o número de militares mortos em combates desde sábado passado. Plano falho Também nesta terça-feira, políticos sunitas expressaram seu descontentamento em relação a um plano do governo para cessar a violência sectária. Num primeiro momento, o plano de segurança, anunciado na segunda-feira última pelo primeiro-ministro Nouri al-Maliki, ganhou o apoio tanto de xiitas como de sunitas, mas na terça políticos das duas facções preferiram deixar para o dia seguinte uma discussão para aprofundar as propostas do premiê. Um dos pontos cruciais do novo plano é o que prevê a criação de comitês mistos (formados por sunitas e xiitas) para monitorar os trabalhos de segurança contra a violência sectária em cada bairro da capital e de outras grandes cidades do país. Mas os sunitas não acreditam que os líderes xiitas permitiriam que as forças de segurança combatessem com mais vigor as milícias xiitas - algumas das quais ligadas a partidos do governo - que são acusadas de assassinar sunitas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.