PORTO PRÍNCIPE - Viúva do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, assassinado na capital Porto Príncipe no dia 7 deste mês, Martine Moïse retornou ao país neste sábado, 17, para acompanhar o funeral do marido.
Com o braço direito em uma tipóia e vestindo um colete à prova de balas, a primeira-dama desembarcou de um avião particular em Porto Príncipe após passar 10 dias em um hospital de Miami, nos Estados Unidos, para tratar os ferimentos que sofreu no ataque que culminou no assassinato de Jovenel.
Acompanhada de seguranças, Martine foi saudada no aeroporto pelo primeiro-ministro interino, Claude Joseph. “O primeiro-ministro, Dr. Claude Joseph, dá as boas-vindas à primeira-dama, Martine Moise, que chega ao Haiti para o funeral de seu marido", informou o gabinete de Joseph.
O funeral de Jovenel Moïse será realizado no próximo dia 23, na cidade histórica de Cap-Haitien. Antes de retornar ao Haiti, no sábado, Martine emitiu uma declaração gravada do hospital acusando os inimigos de seu marido de pretenderem "matar seu sonho, sua visão, sua ideologia".
O presidente do Haiti foi morto a tiros no dia 7 de julho após assassinos armados com rifles de assalto invadirem sua casa nas colinas acima de Porto Príncipe, colocando o país na incerteza e desencadeando uma investigação frenética para identificar os autores do plano.
Embaixadores declaram apoio a primeiro-ministro que está fora do governo
Um grupo importante de diplomatas internacionais sinalizou no sábado, 17, apoio ao primeiro-ministro designado do Haiti na primeira declaração desse tipo após o assassinato do presidente Jovenel Moïse. O movimento surpreendeu a muitos porque ocorreu sem mencionar o primeiro-ministro interino, que atualmente dirige o país.
O comunicado foi divulgado pelo Core Group, composto por embaixadores da Alemanha, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, União Européia e representantes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos. O grupo pediu a criação de “um governo consensual e inclusivo”.
Atualmente, o primeiro-ministro interino, Claude Joseph, lidera Haiti com o apoio da polícia e dos militares e se comprometeu a trabalhar com todos -- incluindo o primeiro-ministro nomeado, Ariel Henry, e Joseph Lambert, o chefe do inativo Senado do Haiti.
Moïse designou Henry como primeiro-ministro para substituir Joseph um dia antes de ele ser morto, mas Joseph e seus aliados argumentam que Henry nunca foi empossado. Apoiadores de Lambert recentemente divulgaram uma declaração apoiando-o como presidente provisório do país. /AFP, AP e REUTERS
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