NOVA DÉLHI - O Sri Lanka seguiu os passos dos vizinhos Bangladesh, Nepal e Paquistão e fechou nesta quinta-feira, 6, suas fronteiras com a Índia, em tentativa de conter a disseminação desenfreada do coronavírus. A medida vale para voos e embarcações. O gigante asiático enfrenta uma onda devastadora da pandemia, que quase dobrou o número de infecções em relação aos últimos três meses e tornou comuns cenas de cremações ao ar livre.
A decisão foi anunciada após o Sri Lanka registrar um recorde de mortes diárias (14) e 1.939 infecções em um período de 24 horas. A Marinha do país, que intensificou suas patrulhas para evitar que os pesqueiros indianos se aproximem de suas águas, informou que interceptou nesta quinta-feira 11 embarcações que cruzavam o estreito entre os dois países vizinhos.
Nepal, Bangladesh e Paquistão registram recordes de mortes por covid. Colombo notificou 11.755 mortes ligadas e 767.338 casos ligados à doença, embora os especialistas acreditem que os números reais sejam muito maiores, como em todos os países do sul da Ásia.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho destaca "um desastre humanitário que se aprofunda" no sul da Ásia. "Devemos agir agora e rapidamente para manter alguma esperança de conter esta catástrofe humanitária", disse o diretor regional da organização Alexander Matheou."Esse vírus não respeita fronteiras", alertou.
Até mesmo as Maldivas, um destino turístico de luxo, aumentaram as restrições para os viajantes indianos e exigem testes negativos para permitir sua entrada. O arquipélago contabiliza 32.665 infecções e 74 mortes.
O total de casos de covid-19 na Índia passou dos 20 milhões nesta semana. O país soma mais de 220 mil mortes. As infecções começaram a aumentar a partir de fevereiro, em uma virada desastrosa atribuída a variantes mais contagiosas do vírus e ao afrouxamento das restrições que permitiram que grandes multidões se reunissem para festivais religiosos hindus e comícios políticos antes das eleições estaduais. Especialistas afirmam que as próximas semanas serão ainda mais duras. /AFP
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