THE NEW YORK TIMES - O governo dos Estados Unidos pressionou nesta quinta-feira, 14, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, para que Israel encerre sua campanha militar terrestre de larga escala na Faixa de Gaza por volta do final do ano, assim como que faça também a transição para uma fase com alvos mais específicos em sua guerra contra o grupo terrorista Hamas.
A informação foi confirmada por quatro altos funcionários dos EUA.
Pela sugestão americana, essa nova fase envolveria o uso de grupos menores de forças de elite israelenses que se movimentariam dentro e fora dos centros populacionais em Gaza, realizando missões mais precisas para localizar e neutralizar líderes do Hamas, resgatar reféns e destruir túneis.
Durante as reuniões em Israel que começaram nesta quinta-feira, 14, Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Biden, discutiu o cronograma para a transição para operações de menor intensidade apoiadas pela administração dos EUA.
Os pedidos dos EUA por uma mudança nas estratégias do Exército israelense surgiram após o ministro da Defesa de Israel afirmar, nesta quinta-feira, que a guerra contra o Hamas “durará mais do que alguns meses”, sinalizando a determinação de continuar realizando ataques em Gaza.
Antes de se encontrar com Sullivan, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, repetiu os argumentos de Israel de que destruir o Hamas, o grupo terrorista que realizou os devastadores ataques em Israel em 7 de outubro, era essencial para a segurança de Israel e era difícil devido à extensa infraestrutura subterrânea construída pelo Hamas em Gaza.
Segundo fontes da Casa Branca, Biden compreende e aceita que os esforços de Israel para caçar líderes do Hamas continuarão por meses, mesmo após a transição de operações de maior para menor intensidade. Mas, ainda de acordo com essas fontes, Biden quer que Israel encerre a campanha terrestre em larga escala na Faixa de Gaza dentro de três semanas, ou logo depois. Eles pediram anonimato para discutir o pensamento do presidente.
Os funcionários enfatizaram que Sullivan não direcionou ou ordenou aos líderes israelenses que fizessem a transição. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, no passado, aceitou conselhos da administração Biden, como permitir a entrada de suprimentos humanitários em Gaza e tomar medidas para reduzir as vítimas civis, depois de inicialmente rejeitá-los categoricamente.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.