A cidade de Xangai, no leste da China, anunciou um lockdown a partir desta segunda-feira, 28, como resposta ao pior surto de casos de covid-19 registrado na cidade desde o início da pandemia, segundo informou a agência de notícias Xinhua. O confinamento vai ser dividido por zonas da cidade e a população vai ser testada.
Os distritos a leste do rio Huangpu ficarão fechados de segunda-feira, 28, até 1º de abril, data em que os distritos a oeste do rio, que divide a cidade, iniciarão o seu confinamento, que terminará em 5 de abril.
Nos últimos dias, a metrópole, que tem 25 milhões de habitantes, se tornou o epicentro de uma nova onda de infecções de covid em toda a China, que voltou a ter mais casos a partir de março. Até ao último momento, as autoridades locais tentaram evitar um confinamento total, considerando imperativo manter abertos tanto o porto como o centro financeiro para não prejudicar a economia nacional e internacional.
Mas, dada a escalada dos casos, as autoridades explicaram neste domingo, 27, que tinham decidido por esta medida “para travar a propagação da epidemia, garantir a segurança e a boa saúde dos habitantes” e isolar “o mais rapidamente possível” os casos de contágio. Nos últimos oito dias, a cidade registrou 390 infectados ativos com covid-19 e mais de 10 mil assintomáticos.
De acordo com o comunicado das autoridades locais, todos os habitantes terão que permanecer em suas casas durante o período indicado. Será permitido pedir comida ou mantimentos em casa, mas os entregadores só terão acesso ao portão, não podendo entrar nos prédios.
Além disso, as empresas foram obrigadas a implementar o teletrabalho para seus funcionários, exceto nos casos de empresas “que garantem a vida e o funcionamento da cidade”, como os setores de telecomunicações e fornecimento de energia.
O transporte público será suspenso nos distritos confinados e os veículos particulares não poderão estar na rua “a menos que seja necessário”.
Embora muito menor do que em outros países, o número atual de infecções é um dos mais altos da China desde o início da pandemia em Wuhan no final de 2019. O país continua com uma política de tolerância zero contra o vírus, que implica no fechamento das fronteiras, o isolamento dos infectados e seus contatos próximos, restrições de mobilidade e testes de RT-PCR sempre que se detecta um caso. /EFE E AFP
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