Xi Jinping exalta confiança política entre China e Rússia: ‘Em crescimento constante’

Encontro entre os líderes ocorre em Pequim durante um fórum internacional que marca o 10º aniversário da iniciativa chinesa de infraestruturas conhecida como Novas Rotas da Seda

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Por Redação
Atualização:

O presidente chinês, Xi Jinping, exaltou nesta quarta-feira, 18, a crescente “confiança política mútua” entre Pequim e Moscou, em uma reunião com o líder russo Vladimir Putin em Pequim. “A confiança política mútua entre os dois países está em crescimento constante”, declarou Xi a Putin, segundo a agência estatal Xinhua.

Xi também pediu um esforço conjunto de China e Rússia para “salvaguardar a equidade internacional” e a “justiça”, ao exaltar a “coordenação estratégica, próxima e efetiva” entre os dois países.

O presidente chinês Xi Jinping, à esquerda, aperta a mão do presidente russo Vladimir Putin depois que Xi fez seu discurso de abertura do Fórum do Cinturão e Rota no Grande Salão do Povo em Pequim, nesta quarta-feira, 18 Foto: Kyodo News via AP

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Os dois líderes se reuniram em Pequim durante um fórum internacional que marca o 10º aniversário da iniciativa chinesa de infraestruturas conhecida como Novas Rotas da Seda, uma reunião com a participação de representantes de 130 países.

“O volume de comércio bilateral atingiu um nível histórico, que avança para a meta de 200 bilhões de dólares estabelecida pelas duas partes”, acrescentou Xi.

Ele destacou que se reuniu com Putin “42 vezes nos últimos 10 anos e desenvolvemos uma boa relação de trabalho e uma profunda amizade”.

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Sem ‘confrontos ideológicos’

Ao inaugurar o fórum, o presidente chinês afirmou que a China é contra “as sanções unilaterais, a coerção econômica, a dissociação e a redução dos laços econômicos”.

Também destacou que Pequim não participará em “confrontos ideológicos, jogos geopolíticos e confrontos de blocos”.

Xi acrescentou que “considerar o desenvolvimento de outros como uma ameaça e a independência como um risco não vai melhorar sua vida ou acelerar seu desenvolvimento”. Ele afirmou que as Novas Rotas da Seda “pretendem aumentar a conectividade política, de infraestruturas, comercial, financeira e entre as pessoas, para injetar um novo ímpeto na economia global”.

O projeto Novas Rotas da Seda é emblemático para o governo Xi e pretende promover o comércio e as infraestruturas globais.

Putin elogiou a iniciativa chinesa em seu discurso na abertura do fórum em Pequim. “Com as dimensões globais da iniciativa que o presidente chinês lançou há uma década, francamente, era difícil acreditar que funcionaria”, admitiu Putin.

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“Os nossos amigos chineses estão fazendo com que funcione. Estamos felizes de ver esta história de sucesso porque significa muito para muitos de nós”, acrescentou o presidente russo.

Modernização mundial

Xi Jinping afirmou que “apenas por meio de uma cooperação em que todos ganham é possível fazer as coisas e fazê-las de modo bem feito”.

“A China está disposta a aprofundar a cooperação com os seus parceiros na iniciativa e trabalhar sem trégua para concretizar a modernização de cada país do mundo”, disse.

Ele recordou que o projeto de infraestrutura e comércio nasceu na China, mas que as “conquistas e oportunidades pertencem ao mundo”. Xi e Putin participaram juntos na fotografia oficial do evento.

Da esquerda para a frente, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, com outros líderes, acenam durante uma sessão de fotos em grupo no Fórum do Cinturão e Rota, em Pequim, nesta quarta-feira, 18 Foto: Suo Takekuma/Pool Photo via AP

Apesar da presença de dois líderes de potências mundiais, o fórum de Pequim foi ofuscado pelo conflito entre Israel e a organização terrorista do Hamas.

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O governo dos Estados Unidos pediu à China para usar sua influência e tentar conter o conflito no Oriente Médio, que provocou a fuga de mais de um milhão de pessoas do norte da Faixa de Gaza diante dos bombardeios incessantes de Israel.

O Exército israelense bombardeia o enclave palestino em resposta ao ataque do Hamas contra seu território em 7 de outubro, que provocou 1.400 mortes.

A China anunciou que enviará seu representante para o Oriente Médio, Zhai Jun, à região em conflito, mas não informou a data da viagem nem os locais que ele visitará./AFP

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