THE NEW YORK TIMES - Nas primeiras semanas da guerra na Ucrânia, com o Exército russo invasor castigando Kiev, o governo ucraniano precisava de armas — e rapidamente. Então o Ministério da Defesa fez um telefonema desesperado e incomum. Do outro lado da linha, Serhii Pashinski, um ex-legislador, fumante compulsivo, que tinha coordenado gastos militares do governo ucraniano por anos. Grande parte desse tempo ele passou sob investigação por suspeitas de corrupção ou negando acusações de ganhos ilícitos em contratos. Quando recebeu o telefonema do governo, ele estava vivendo num exílio político virtual em sua propriedade de campo, banido pelo presidente Volodmir Zelenski e sua promessa de acabar com a corrupção.
“Perguntem a qualquer um na rua se Pashinski é ou não criminoso”, afirmou Zelenski na TV ucraniana, em 2019. “Eu lhes garanto que, entre 100 pessoas, todas as 100 lhes dirão que ele é criminoso.”
Mas Pashinski tinha conexões com fabricantes de armas e, talvez mais importante, sabia como operar destemidamente em meio ao caos da clandestinidade. No governo, isso o tornou fonte de escândalo. Durante a guerra, o tornou inestimável.
Pashinski atendeu ao telefonema.
Dezoito meses depois, segundo constatou uma investigação do The New York Times, uma empresa ligada a Pashinski se tornou a maior fornecedora privada de armas à Ucrânia. A empresa, chamada Ukrainian Armored Technology, compra e vende granadas, projéteis de artilharia e foguetes por meio de uma rede transeuropeia de negociantes. No ano passado, a empresa registrou seu melhor desempenho, com as vendas totalizando US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,72 bilhão) — no ano anterior à guerra, esse montante foi de US$ 2,8 milhões (R$ 13,8 milhões).
E Pashinski está outra vez sob investigação, com as autoridades ucranianas analisando a definição de preços da Ukrainian Armored Technology e as relações financeiras dele com autoridades responsáveis por contratos de aquisição e empresas no exterior, afirmaram duas autoridades familiarizadas com o assunto.
Neste mês, investigadores do serviço de inteligência ucraniano vasculharam os escritórios de uma estatal buscando evidências contra a Ukrainian Armored Technology, de acordo com autoridades de Kiev cientes da operação. A maioria das fontes conversou com a reportagem sob condição de anonimato por não ter autorização para discutir a investigação em andamento.
Pashinski e a rede de fornecimento de armas que ele construiu sublinham um aspecto pouco discutido da estratégia de guerra da Ucrânia. Com intenção de enviar armas ao front o mais rapidamente possível, os líderes ucranianos fizeram renascer figuras de um passado atribulado e desfizeram, ao menos temporariamente, anos de políticas anticorrupção. Autoridades do governo pararam de banir fornecedores que ludibriaram as Forças Armadas e abandonaram muitas regras de transparência destinadas a revelar ganhos ilícitos.
O governo de Zelenski fez tudo isso ao mesmo tempo que promete continuar a combater a corrupção, o que tem ocasionado contradições constrangedoras — como Kiev pedir ajuda para um indivíduo rotulado como criminoso, comprando armas e expressando agradecimento ao mesmo tempo que o investiga.
De imediato, a aposta tem se pagado. A Ucrânia conseguiu segurar o avanço das tropas russas por tempo suficiente até que a ajuda internacional chegasse, e a Ukrainian Armored Technology tem dezenas de milhões de dólares em contratos vigorando para apoiar o esforço de guerra. O risco a longo prazo é todas essas mudanças temporárias criarem raízes e que Pashinski e outros negociantes anteriormente banidos emerjam da guerra com mais dinheiro e influência que nunca.
Os líderes ucranianos compreendem esse risco. “Nós não somos muito idealistas em relação a isso”, afirmou em entrevista o vice-ministro da Defesa, Volodmir Havrilov. Quando a guerra começou, afirmou ele, “nós quisemos quantidades enormes imediatamente”.
Mais da guerra na Ucrânia
Uma investigação conduzida pelo NYT em toda a Europa mostra como isso ocorreu e como as políticas da Ucrânia, fruto de desespero, fizeram preços aumentar e adicionaram camadas de lucratividade.
A rede de Pashinski, por exemplo, compra armas e as vende, então as compra e vende novamente, de acordo com contratos secretos e documentos do governo ucraniano obtidos pelo NYT, assim como entrevistas com mais de duas dúzias de autoridades e ex-autoridades governamentais e figuras da indústria de armamentos.
A cada transação, os preços aumentam — assim como os lucros dos parceiros de Pashinski — até que o comprador final, o Exército ucraniano, paga o maior valor. Usar vários intermediadores desta maneira pode ser legal, mas é uma maneira comprovada pela história de inflar lucros e algo que o Pentágono evita.
Grande parte do dinheiro que alimenta esse sistema vem da ajuda europeia, de acordo com uma autoridade ciente do financiamento de guerra da Ucrânia. Mas autoridades europeias e americanas evitam falar de Pashinski por temer colaborar com a narrativa russa de que o governo ucraniano é irremediavelmente corrupto e deve ser substituído.
Privadamente, contudo, as autoridades afirmam que ressurgimento de figuras como Pashinski é uma das razões para os governos americano e britânico estarem comprando munição para a Ucrânia em vez de simplesmente dar o dinheiro para Kiev comprar por conta própria.
Pashinski, que é diretor da entidade empresarial que representa a indústria de armamentos da Ucrânia, nega possuir qualquer interesse financeiro nos contratos de armas. No papel, ele está correto. Mas na Ucrânia os documentos nem sempre refletem realidades.
Autoridades de três áreas diferentes do governo ucraniano, incluindo uma graduada autoridade que supervisiona contratos de aquisição de armamentos, afirmam que, quando o governo quer comprar da Ukrainian Armored Technology, negocia com Pashinski. “Ele sempre cuidou da maneira como essa empresa é organizada”, afirmou Havrilov.
Eu nunca fui e nunca serei a encarnação nem o símbolo de um sistema corrupto
Serhii Pashinski, negociador de armas
O Exército da Ucrânia depende pesadamente de munições de calibres soviéticos, que não existem em tanta profusão no mercado e são produzidos principalmente por países que integraram o bloco soviético, que relutam em se antagonizar com a Rússia evitando vender para a Ucrânia. Ter acesso a esses estoques requer redes experimentadas, que Pashinski e sua equipe possuem.
Pashinski afirmou que não negocia esses contratos e que seus escândalos do passado são fruto de campanhas de desinformação da Rússia. “Eu nunca fui e nunca serei a encarnação nem o símbolo de um sistema corrupto”, afirmou ele.
Pashinski reconheceu a existência da atual investigação criminal, mas afirmou que ela foi motivada por uma noção equivocada entre autoridades do governo de que vendedores de armas estão obtendo lucros injustamente elevados. Ele se qualificou como “um cidadão responsável do meu país, que nunca o traiu e nunca o trairá”.
Sobre as declarações de Zelenski no passado, Pashinski afirmou: “O presidente simplesmente cometeu um erro. Ele também é um ser humano falível”.
Os críticos de Pashinski afirmam que ele infla preços para aumentar os próprios lucros. Grupos em defesa de boa governança e adversários políticos lamentam seu ressurgimento, mas reconhecem quase unanimemente que o atual ambiente de obter armas a qualquer custo é perfeito para ele.
E Pashinski entrega.
‘Todos estavam do lado dele’
Em 2015, uma oficial militar responsável por contratos de aquisição chamada Nelly Stelmakh foi convidada para uma reunião com Pashinski. Ele era figurinha carimbada na política, tinha atuado brevemente como chefe de gabinete da presidência e se tornado presidente da comissão parlamentar de segurança e defesa — o que lhe conferia papel central na coordenação de compras de armas em um momento que a Ucrânia gastava pesadamente para construir uma fortaleza militar para se proteger da Rússia.
A reunião foi uma surpresa para Stelmakh, porque ela comprava itens não letais, não armas. Quando ela chegou ao escritório de Pashinski, ele lhe disse para comprar combustível do fornecedor de sua escolha, em vez do que fizesse a oferta pelo menor valor.
Stelmakh ficou espantada. “Eu achava que nós tínhamos que combater nossos inimigos, não roubar”, afirmou ela numa entrevista recente. “Quando respondi que trabalharia em acordo com a lei, eu comecei a ter problemas”, disse, afirmando que Pashinski fez com que investigadores do governo a interrogassem.
O governo ucraniano, de qualquer modo, comprou o combustível do fornecedor preferido de Pashinski. Pashinski transmitiu ao NYT uma carta do governo afirmando que os fornecedores escolhidos cobravam menos do que os anteriores, mas não comentou se outros fornecedores teriam vendido a preços ainda menores. E apesar das compras de combustíveis terem se tornado uma controvérsia momentânea, nada aconteceu.
O que com frequência era o caso em relação a Pashinski. Ao longo dos anos, investigações criminais sobre suas atividades eram dissolvidas. Uma investigação de corrupção sobre uma suspeita dele ter expropriado uma fábrica de doces foi indeferida. O filho de Pashinski conseguiu emprego numa agência responsável por compras de armas, e a Ukrainian Armored Technology conseguiu contratos para fornecer morteiros e veículos blindados apesar de ter poucos funcionários e nenhuma capacidade de manufatura. Sua família comprou um Mercedes e um Range Rover e vivia numa casa de 930 metros quadrados dentro de um condomínio murado, com lago e uma capela particular.
A corrupção endêmica foi uma preocupação constante entre líderes americanos e europeus. Eles queriam apoiar a Ucrânia contra a Rússia, mas temiam que dar dinheiro a políticos que o considerassem lucros pessoais. O Ocidente pede há muito para a Ucrânia pôr fim à corrupção, qualificando essa condição como um prerrequisito para o país aderir à aliança militar da Otan e à União Europeia.
Quando a ONG Transparência Internacional estudou o sistema de compra de armas da Ucrânia para formular um relatório, em 2015, seus investigadores consideraram os interesses conflitantes de Pashinski — enquanto figurão do comércio de armas e presidente da comissão parlamentar que supervisionava contratos de aquisição de armas — um obstáculo para um saneamento anticorrupção, de acordo com uma fonte que trabalhou naquela investigação.
Aivaras Abromavicius, então diretor da maior estatal de armas da Ucrânia e ex-ministro do governo, afirmou em 2019 em entrevista a uma rádio que Pashinski era proprietário da Ukrainian Armored Vehicles. “Ser um beneficiário nas sombras de tais poderes e estar na comissão é, evidentemente, errado”, afirmou ele.
Pashinski, contudo, era mestre em criar cortinas de fumaça, o que ele com frequência fazia dentro de seu escritório fumando cigarros Parliament Night Blue. Pashinski se afastava de controvérsias acusando quem o acusava e com pitadas de humor ameaçador. Ele trocou socos no recinto do Parlamento ucraniano.
Pashinski acusou membros da ONG anticorrupção NAKO de serem agentes estrangeiros, afirmou Olena Tregub, a diretora-executiva do grupo.
Certa vez, membros da NAKO reuniram-se para assistir Pashinski falar sobre uma grande aquisição militar. Sentado à cabeceira da mesa de uma sala de reunião decorada com uma bandeira da Ucrânia ao fundo, Pashinski mostrou uma cápsula explosiva aos presentes. “Vocês têm sorte que esta bomba é falsa”, disse ele sorrindo, de acordo com Tregub, que compareceu à reunião, e uma fotografia.
Uma advogada da comissão, Tetiana Blistiv, afirmou em entrevista que, durante anos, Pashinski ordenou-lhe a escrever cartas oficiais para ajudar a direcionar contratos para determinadas empresas, incluindo a Ukrainian Armored Technology. Em 2018, quando parecia que Pashinski poderia perder o cargo, Blistiv se recusou a obedecer.
Pashinski a chamou então ao seu escritório, onde a esperou sentado à sua mesa, fumando. Blistiv contou que, quando chegou, ele avançou para cima dela, acusando-a de corrupção a ameaçando de processá-la na Justiça. Quando Pashinski a agarrou o braço, afirmou Blistiv, ela abriu a porta, na esperança de que ele recuasse se visse pessoas na sala de espera. “A vida não vale muito”, disse ele, segundo o relato. Blistiv afirmou que, em seguida, Pashinski falou dos filhos dela.
Blistiv afirmou que denunciou Pashinski às autoridades. “Riram de mim”, afirmou ela. “Todos estavam do lado dele.”
Segundo a versão de Pashinski, a briga ocorreu na verdade porque ele a acusou de fraude. Pashinski afirmou que tinha denunciado Blistiv para promotores de Justiça e que nunca ordenou que ela escrevesse cartas para beneficiar empresas. Nenhum dos dois foi indiciado.
Os eleitores retiraram Pashinski do Parlamento em 2019, ano em que Zelenski foi eleito prometendo enfrentar seriamente a corrupção.
Quase imediatamente, o ar de invencibilidade de Pashinski desapareceu.
A agência anticorrupção da Ucrânia começou a investigá-lo por suspeitas de “abuso de posição oficial”, de acordo com registros judiciais fornecidos para a reportagem pela empresa ucraniana de dados YouControl. Policiais iniciaram uma operação de busca e apreensão na casa de Pashinski às 7h de 24 de fevereiro de 2020, segundo ele postou no Facebook. As Forças Armadas pararam de fechar contratos significativos com a Ukrainian Armored Technology, e policiais anticorrupção vasculharam o escritório de Pashinski, apreendendo documentos e um disco rígido.
E logo após o novo presidente assumir o poder, Pashinski foi preso em razão de uma briga de trânsito ocorrida três anos antes. Ele saiu do carro e disparou uma arma de fogo para o alto. Quando o outro motorista reagiu, quebrando uma garrafa em sua cabeça, afirmou Pashinski, “Eu fui forçado a atirar na perna dele”. Um juiz o colocou temporariamente em prisão domiciliar, e o processo ainda não foi concluído.
A era Pashinski, ao que parecia, tinha acabado.
O renascimento
Quando tropas russas começaram a se concentrar na fronteira ucraniana em janeiro de 2022, Pashinski viu uma oportunidade. A guerra parecia iminente, e faltava armas à Ucrânia. Kiev tinha feito poucas aquisições significativas nos 18 meses anteriores.
Reformas de Zelenski tornaram os processos de aquisição mais transparentes, ao que pareceu, mas também menos eficientes. O sistema antigo tinha sido encerrado, mas ninguém conseguia operar um novo.
Pashinski começou a dizer para os seus contatos militares que, se lhe pedissem, ele poderia fornecer armas, afirmaram autoridades do governo.
E então seu telefone tocou novamente, e ele foi convidado para uma reunião com autoridades de defesa, de acordo com quatro fontes cientes do caso.
Os grandes carregamentos da Otan ainda não tinham começado a chegar, e a Ucrânia precisava desesperadamente de munições de calibres soviéticos. A Bulgária, fornecedora mais importante dos itens, recusou-se a vender diretamente para Kiev por temer enfurecer Moscou. O que tornou Pashinski particularmente valioso, afirmam autoridades. A Ukrainian Armored Technology tinha conexões na Bulgária.
O contato de Pashinski por lá era um intermediário chamado Kaloyan Stanislavov. Os dois se conheceram por meio de um político lituano condenado por corrupção, de acordo com documentos governamentais e parceiros de negócios.
Stanislavov conseguia fazer fábricas búlgaras priorizar seus pedidos. Em uma das maiores fábricas, afirmou um empresário parceiro, Stanislavov comprou quase toda a pólvora disponível no ano passado, atrapalhando os negócios dos competidores.
Já que a Bulgária não permitiu vendas diretas de munição para a Ucrânia, a Ukrainian Armored Technology fez um contrato com o negociante de armas polonês Andrzej Kowalczyk, de 70 anos. Ele providenciou papelada listando falsamente a Polônia, não a Ucrânia, como compradora final, mostram documentos do contrato.
Os registros mostram que as armas partiram das fábricas búlgaras para a posse de Stanislavov; depois para o intermediário polonês; depois para a Ukrainian Armored Technology; e finalmente para as Forças Armadas da Ucrânia. Registros de frete de um contrato mostram que uma empresa aérea ucraniana transportou 120 toneladas de foguetes, granadas e projéteis da Bulgária para a Polônia, que foram entregues finalmente à Ucrânia.
A cada etapa, os preços aumentaram, reconheceu Stanislavov numa breve entrevista. O intermediário polonês, por exemplo, recebeu sua parte. “É claro que há algum lucro excedente”, afirmou Stanislavov, “pois é uma empresa”. Kowalczyk afirmou que sua empresa tem uma margem de lucro pequena nesses contratos.
Esses aumentos de preços podem beneficiar a Ukrainian Armored Technology, porque ela cobra das Forças Armadas ucranianas com base em seus preços de compra.
Promotores de Justiça ucranianos investigam essa rede atualmente e a suspeita de Pashinski ter recebido propinas do intermediário polonês, de acordo com uma autoridade ciente da investigação. Pashinski afirmou que o conhece, mas que não mantém nenhum vínculo financeiro com ele.
Um frenesi armamentista
Semanas após a guerra começar, a Ukrainian Armored Technology já tinha contratos com o governo ucraniano de dezenas de milhões de dólares para fornecimento de morteiros, mísseis, foguetes e granadas. Somente em março de 2022, mostram documentos, a Ucrânia concordou em pagar mais de US$ 100 milhões à empresa.
Ao longo de grande parte do ano passado, a Ukrainian Armored Technology operou fornecimentos mais confiavelmente do que empresas estatais, mostram auditorias do Ministério da Defesa.
Algumas autoridades ucranianas culpam a empresa por fazer aumentar os preços ao competir por suas compras de armas. O que, se assim for, não se deve inteiramente a Pashinski.
No início da guerra, o governo ucraniano poderia ter mantido suas regras anticorrupção como eram e incumbir-se das compras. Mas em vez disso as autoridades decidiram listar o máximo possível de negociantes de armas e aboliram algumas regras de transparência.
O objetivo foi abrir o máximo possível de fornecedores e remover o máximo possível de barreiras. O resultado foi um frenesi. “Houve situações em que duas empresas estatais competiram pelo mesmo estoque”, recordou-se Havrilov, o vice-ministro da Defesa.
Milhares de negociantes atenderam ao chamado, afirmou Havrilov. Mas poucos tinham as conexões de Pashinski. Somente entre 10% e 15% conseguiam encontrar as munições que prometiam e apenas a metade realmente entregava os itens, afirmou ele.
Os intermediadores mais bem-sucedidos, constataram as autoridades, foram encarregados de fazer negócios à moda antiga. Pashinski forneceu armamentos cruciais antes dos aliados da Ucrânia, disse Havrilov, que é categórico em afirmar que os indivíduos que forneceram armas a Kiev naquele período difícil não deveriam ser questionados em retrospecto. “É melhor não perturbar as pessoas pelo que elas fizeram em fevereiro e março de 2022″, afirmou Havrilov. “Mesmo que pareça suspeito.” / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO
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