Um edifício que ainda nem existe, localizado na cidade de Vitória (ES), já é detentor de um recorde no Guiness Book. Mais que isso: inaugurou uma categoria no livro que mede recordes pelo mundo. O Fibrasa Conection, prédio que terá 106 metros de altura e 30 andares, ainda não saiu da planta, mas quem sobrevoa o terreno onde ele será erguido pode, com a ajuda de um nootebok, ver uma versão virtual do prédio em tamanho real. Rossi, construtora responsável pelo empreendimento, chamou o Guiness Book para que averiguassem o feito e a publicação inaugurou a categoria “Maior Realidade Aumentada do Mundo” com prédio no Espírito Santo em primeiro lugar.
Apara realizar o projeto, a construtora estendeu uma lona de 900 m² no terreno onde será construído o prédio. A lona funciona como o marcador da realidade aumentada. Assim, quem sobrevoa o local deve mirar um nootebook para o local que a webcam reconhecerá o marcador de R.A e gerará a o prédio virtual. Mais fácil ver as fotos e assistir ao vídeo abaixo para entender melhor.
O Link conversou sobre o projeto com Breno Peixoto, gerente regional da Rossi, empresa responsável pelo projeto.
De onde surgiu a ideia de fazer uma publicidade com realidade aumentada?
Gostaríamos de ter uma ferramenta que ajudasse o cliente a ter mais detalhes do projeto, antes mesmo de ele se dirigir ao estande de vendas. Diante dessa percepção, desenvolvemos um modelo 3D do empreendimento e disponibilizamos o marcador da realidade aumentada em todo material publicitário do empreendimento. Com isso, possibilitamos que o cliente acessasse o nosso site – ao apontar o marcador para a web cam – visse a maquete eletrônica através do seu monitor.
Qual foi a maior dificuldade em fazer o projeto?
A maior dificuldade encontrada foi fazer a inserção do elemento virtual ( o modelo 3D ) no terreno, para que os clientes pudessem ver o prédio em tamanho real, de cima de um helicóptero.
Vocês podem contar detalhes do processo? Do que é feita essa lona? Contrataram uma empresa para fazer a Realidade Aumentada? Tiveram que desenvolver um software ou usaram um que já existe?
O nosso primeiro passo foi desenvolver o modelo tridimensional do prédio. Após o modelo desenvolvido, contratamos uma empresa especializada para cuidar de toda a engenharia de computação. Foram feitos vários testes do modelo inserido ao terreno, bem como criamos várias animações para o modelo 3D. Dessa forma, tornou-se possível visualizar, inclusive, pessoas passeando pela calçada, carros transitando pela rua e ainda um pouso de um helicóptero no heliponto do empreendimento. Finalmente confeccionamos uma lona de vinil (a mesma utilizada em outdoor publicitário) de 900 m² com o marcador da realidade aumentada. Esticamos essa lona em parte do terreno onde será construído o empreendimento e, ao direcionar a câmera para o modelo, um software foi capaz de ler esse marcador gigante e inserir, nele, o modelo 3D no prédio no terreno. O feito foi registrado pelo Guinness Book.
Como funciona para os futuros clientes verem essa R.A? Eles são levados para um passeio de helicóptero?
Com todos os testes em escala reduzida passamos a desenvolver o nosso objetivo que era o de transformar aquela realidade aumentada na “maior do mundo”. Fomos motivados pela grandiosidade do empreendimento e pela beleza do local onde ele está inserido. Sendo assim, no dia do lançamento do empreendimento, convidamos os clientes a fazer um voo de helicóptero onde ele puderam ver – através de uma tela instalada no helicóptero – o empreendimento inserido da paisagem local, em tamanho real. Ou seja, ao olhar para o terreno o cliente via o marcador e ao olhar para tela ele via o empreendimento inserido à paisagem.
Como tem sido o feedback das pessoas? Pretendem fazer mais projetos de publicidade usando realidade Aumentada?
Os clientes que tiveram a oportunidade de fazer o voo de helicóptero ficaram maravilhados com a ferramenta e, principalmente, com o fato de poder ver o empreendimento inserido à paisagem local e em escala real (antes mesmo de iniciada a obra). Já utilizamos a realidade aumentada em outros projetos, como o empreendimento Ipiranga One em São Paulo, e percebemos que essa é uma ferramenta a mais na apresentação dos diferencias dos imóveis aos clientes. Acreditamos que a realidade aumentada é uma ferramenta ainda em desenvolvimento e que pode, com a evolução do processo, ser cada vez mais utilizada no marketing dos nossos produtos.
Com relação ao Guiness Book, como foi isso? Vocês chamaram eles para que verificassem o novo recorde?
Dada a grandiosidade alcançada com o projeto, pesquisamos se já havia sido produzida, antes, alguma realidade aumentada na mesma proporção. Diante da constatação do ineditismo do projeto, contatamos o Guinness Book – que imediatamente se interessou pelo tema. A instituição constatou que não existia nenhuma categoria registrada com esses parâmetros e consagrou o fato como extraordinário e digno de inaugurar uma nova categoria. O tamanho do marcador da realidade aumentada proposta pela Rossi os deixou impressionados (pois, um marcador de realidade aumentada usual dispõe de 3 cm x 3 cm a 20 cm x 20 cm, e o da Rossi apresentava 30 m x 30 m). Dessa maneira, estabeleceu-se essa nova categoria.
Para consagrá-la, no dia 30 Junho, um arbitro do Guinnes Book esteve em Vitória e realizou a medição do marcador – constatando que tratava-se, exatamente, do maior já feito no mundo. Sendo assim, o feito foi certificados pelo Guinnes Book como o maior marcador de realidade aumentada do mundo.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.