Os contos de fadas são escritos em código binário e os dragões a serem derrotados se chamam estagnação e falta de inovação no mundo dos negócios. A história dos smartphones, mais do que uma evolução tecnológica, é uma crônica sobre inovação, competição acirrada e a capacidade de antecipar o futuro. Desde os primeiros celulares lançados por Martin Cooper, da Motorola, em 1973, até os cobiçados iPhone da Apple e celulares com Android, cada etapa dessa jornada revela uma lição valiosa para quem busca se destacar no cenário empresarial.
Vamos voltar no tempo e lembrar do IBM Simon lançado na década de 1990. Ele não era apenas um telefone, mas um precursor do conceito de “smartphone”, integrando funções como agenda, e-mail e fax em um único dispositivo. Contudo, a verdadeira revolução veio depois, com Steve Jobs na criação da App Store de 2008. Jobs vislumbrou as necessidades não atendidas do consumidor, transformando o mercado.
Esta é a essência da inovação: não apenas criar, mas redefinir o existente preenchendo as lacunas das necessidades dos consumidores e, consequentemente, alavancando o mercado. “Blackberry”, filme de 2023, captura essa essência e ilustra vividamente a trajetória de uma gigante que sucumbiu, não por falta de genialidade inicial, mas por se acomodar em suas conquistas, cristalizando-se em sua inovação disruptiva do passado: o emblemático teclado físico. A ascensão e declínio da Research in Motion, criadora do BlackBerry, é uma lição contundente. Eles pavimentaram o caminho da inovação, mas falharam em surfar na onda de transformações constantes. A lição é clara: não é suficiente ser grande hoje; é preciso reinventar-se constantemente para permanecer relevante amanhã.
O que nos leva à próxima lição: a inovação deve ser constante e atenta às demandas e tendências dos consumidores. Para ilustrar, pense na importância de conhecer sua persona, a representação do seu cliente ideal. Compreender e antecipar as necessidades e desejos do seu público-alvo é a chave para manter sua empresa à frente da concorrência. Por último e não menos importante, a seguinte lição: a inovação deve ser centrada no usuário. Não basta inventar; é preciso inovar com propósito e direção. Essa lição vem das empresas que, apesar de já consolidadas, falharam em se adaptar e acompanhar os rápidos avanços tecnológicos.
Em resumo, a árvore genealógica dos smartphones nos ensina sobre a importância da inovação contínua, da compreensão profunda das necessidades dos clientes e da capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças de mercado. Para os empreendedores e inovadores de hoje, estas não são apenas histórias do passado, mas roteiros para o sucesso futuro. Esteja pronto para escrever o seu.
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