Eu sei. Começou 2024 e lá vem toda a sobrecarga das promessas de final de ano que pesam nas suas costas e te obrigam a riscar todas elas para ter aquela sensação maravilhosa de “falta menos um dever nos próximos 365 dias”.
Eu mesma fiz um monte: “no próximo ano eu desejo ser mais feliz” está no topo da lista. Mas será que felicidade é uma meta plausível? Ou ela é justamente o que nos deixa frustrados ao longo da caminhada durante toda a nossa trajetória? Talvez o Sr. Miyagi tenha tido alguma resposta, ou não. Talvez nem o Rei Salomão, considerado o rei mais sábio da história do mundo, tenha respondido. Não sei. A verdade é que “hashtag” viramos todos um grande arsenal de robôs em busca das mesmas baboseiras de sempre, todo ano. “Seja disruptiva, Camila”. “Seja inovadora”. “Seja um exemplo para a próxima geração de empreendedores que vai mudar o mundo”… uma montanha de “seja isso” e “seja aquilo” dentro de uma realidade que se chama vida e que muitas vezes não podemos, simplesmente, vivê-la.
Talvez esse “to do list” sirva para você apenas amassar no final do ano quando estiver faltando 37 dias para terminar 2024 e perceber que realmente não fez a metade, ou até mesmo nada, do que planejou. Ou talvez sirva de alerta para você entender que no meio do caminho inúmeras situações adversas e incontroláveis vão acontecer. E não tá tudo bem, como aponta a máxima por aí.
Costumo ter sempre na palma da mão todas as respostas para os meus sócios, colaboradores, familiares e amigos. Mas quer saber de uma coisa?! Hoje eu não tenho nenhuma (sorry!). Somente gostaria de dizer que 2024 começou e eu quero desejar para você um grande e inesperado ano, mas não com aquele peso de cumprir todas as metas da sua lista de 2023. Deixa isso para os monges budistas que conseguem lidar com os seus reveses em sua posição de lótus (a qual tenho todo respeito). Eu estou falando de leveza pessoal aqui. De seguir um 2024 mais brando e mais prazeroso, sem ter que enlouquecer com todas as demandas que o mundo corporativo nos impõe. Seja você na maior parte do tempo.
E por hoje é somente sobre isso. E não posso deixar de convidar você, caro leitor, para me dar a mão e, por algumas horas, desfocar das nossas obrigações. Não é sobre viver de luz e não fazer nada. Não é isso. É sobre pausas necessárias de tempos em tempos. Aprenda a curtir o fabuloso nada em sua volta. Enjoy it.
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