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Colaboração liderada por Dell, IBM e Intel busca ampliar opções para redes 5G privadas

Desenvolvimento de redes móveis, abertas e desagregadas conta com a participação de 19 entidades em laboratório sediado em Sorocaba; meta é criar alternativas para setores estratégicos para o Brasil, como escolas públicas, agronegócio e indústria 4.0

Por Dell e Estadão Blue Studio
6 min de leitura

A despeito dos muitos avanços das telecomunicações nos últimos anos, há cenários em que obter uma conexão segura, capaz de trafegar alto volume de dados e equilibrando eficiência energética com sustentabilidade pode ser um desafio. Em áreas remotas ou em setores como a educação pública, a utilização de redes 5G privadas, abertas e desagregadas, pode ser uma solução para uma conectividade de qualidade. Diante desse cenário, uma colaboração de 19 entidades, liderada por Dell Technologies, IBM e Intel, tem trabalhado arduamente para ampliar a quantidade de opções disponíveis no mercado, impactando não só escolas, como também áreas estratégicas para o desenvolvimento do País, como o agronegócio e a indústria 4.0.

Estande da Dell na edição deste ano da Futurecom Foto: Fernando Roberto/ Estadão Blue Studio

“Esse tipo de iniciativa visa trazer novas alternativas para os clientes, proporcionando um novo ecossistema de telecomunicações e novas possibilidades de utilização da infraestrutura”, ressalta Gerson Freire, Arquiteto Enterprise para Telecomunicações da Dell Technologies no Brasil. Baseada em Sorocaba, no FIT Instituto de Tecnologia, e estabelecida em 2023, a colaboração entre as empresas começou com 14 organizações.

Em 2024, o Laboratório Open RAN chegou a 19 entidades, segundo dados apresentados pela colaboração durante o Futurecom 2024, feira do setor de tecnologia e telecomunicações realizada em São Paulo no início de outubro. São elas as empresas ALG Company, Ciena, Dell Technologies, FIT, Fujitsu, IBM, Intel, Mavenir, NetTurbo, Okemo, Ookla, Palo Alto Networks, Red Hat, Siae Microelettronica, UP2Tech, Valid, Viavi Solutions e VS Telecom, além da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que traz expertise acadêmica para as pesquisas em torno das redes 5G.

Gerson Freire, Arquiteto Enterprise para Telecomunicações da Dell Technologies no Brasil Foto: Fernando Roberto/ Estadão Blue Studio

Privada e dedicada

Antes de avançar, é importante explicar que uma rede 5G privativa possui o mesmo poder e os mesmos benefícios que as redes 5G já disponíveis para uso comercial atualmente. No entanto, ela tem configurações privadas, que permitem que organizações de diferentes setores tenham um alto nível de segurança. Além disso, como explica Thiago Moraes, Account Technical Leader da IBM, é possível também “fatiar” a rede para diferentes aplicações, garantindo que todas as atividades necessárias tenham uma reserva de capacidade.

“É possível entregar uma conectividade diferenciada, permitindo, por exemplo, que um professor possa explorar em sala de aula uma atividade usando realidade mista, uma vez que ele tem uma rede previsível, segura e com alta capacidade”, afirma o executivo. É um caso de uso, inclusive, que já está em prática com as pesquisas do laboratório, em uma rede que conecta instituições de ensino em Sorocaba com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), mostrando o escopo nacional do projeto. Outra utilização está na área de segurança. “Também trabalhamos casos de uso focados em monitoramento remoto, usando visão computacional para detectar ameaças e intrusões”, diz Moraes.

Flexibilidade

Mais do que simplesmente trabalhar no estabelecimento de redes 5G privadas, o laboratório tem como foco a criação de redes abertas e desagregadas, seguindo o padrão de arquitetura Open RAN (Radio Access Network). “Com esse padrão, é possível ampliar o escopo de fornecedores possíveis de infraestrutura de telecomunicações, com uma gama ampla de softwares, antenas, e diferentes configurações físicas para variados equipamentos”, explica Roberto Corrêa, especialista em Telecomunicações da Intel Brasil. “Entre as vantagens que essa metodologia traz, está o fato de que nichos como educação, agronegócio e serviços públicos demandam uma flexibilidade de soluções que hoje não está totalmente disponível no mercado, e o Open RAN oferece essa flexibilidade.”

Outras vantagens residem no fato de que é possível trazer equipamentos que estejam preparados para diferentes desafios, como ventilação e climatização otimizadas ou resistência a ambientes hostis, como pode acontecer no campo, dentro de fábricas ou em áreas remotas nas quais seja necessário prestar serviços públicos, como em comunidades ribeirinhas. Além disso, ressalta o executivo da Intel, o caráter aberto das redes permite democratizar o uso de redes privadas. “A flexibilidade no uso dos equipamentos ajuda a reduzir o custo das soluções, por meio de uma gama ampla de parceiros e opções. Outro benefício é que essa ampliação de opções permite também preservar melhor o investimento feito ao longo do tempo, com manutenção ou escalabilidade simplificadas”, diz Correa.

Nesse cenário, cada empresa busca oferecer sua expertise técnica em um ambiente colaborativo no laboratório, unindo as melhores opções de hardware, software e serviços dentro do escopo das telecomunicações. “Com mais fornecedores nesse contexto de redes abertas e desagregadas, é possível oferecer um maior poder de escolha para os clientes”, ressalta o executivo da Dell.

Thiago Moraes, Account Technical Leader da IBM Foto: Fernando Roberto/ Estadão Blue Studio

Para ele, a participação de uma entidade como a Universidade Federal de Campina Grande traz um excelente prognóstico para o desenvolvimento. “Pelo poder acadêmico que existe hoje no Brasil, há sim a possibilidade de o Brasil se tornar um polo inovador no desenvolvimento de materiais e pesquisas relacionadas a essas tecnologias – inclusive facilitando ou viabilizando o surgimento de startups voltadas para soluções específicas das redes abertas baseadas no padrão Open RAN”, afirma Freire.

Uso de IA e sustentabilidade

O desenvolvimento no laboratório de Sorocaba também está em dia com grandes tendências do universo da tecnologia, como o uso de inteligência artificial e a demanda por sustentabilidade. No caso da IA, a inovação está no cerne das redes abertas, uma vez que elas são definidas por software desde seu estabelecimento. “Isso possibilita que algoritmos e técnicas de IA sejam implementados na rede permitindo um melhor monitoramento, manutenção e operação. Mais do que isso, é possível que o time de operações consiga conversar com a rede em linguagem natural, resolvendo problemas de forma antecipada e pró-ativa”, ressalta Gerson Freire, da Dell.

A inteligência artificial também pode ser utilizada para coletar informações da rede em tempo real e até mesmo alterar suas configurações de acordo com as necessidades dos usuários – como no exemplo já citado do uso em sala de aula. “É possível ajustar a experiência do cliente de acordo com diferentes prioridades, dependendo do perfil da utilização e da geolocalização dos usuários”, afirma o executivo da Dell Technologies.

O monitoramento em tempo real permite não só garantir a qualidade do serviço, mas também informar à equipe responsável pelas redes sobre a quantidade de consumo que cada equipamento demanda, bem como a quantidade estimada de carbono emitido pelos componentes, ressalta Thiago Moraes.

Roberto Corrêa, Especialista em Telecomunicações da Intel Brasil Foto: Fernando Roberto/ Estadão Blue Studio

“Os equipamentos utilizados em nossa rede são monitorados em tempo real e, além das métricas de desempenho necessárias para garantir qualidade de serviço, também medimos o quanto de energia cada equipamento está consumindo, bem como sua respectiva dissipação energética e a emissão de carbono estimada e, por isso, sabemos exatamente a pegada de carbono gerada por cada componente, nos permitindo assim trabalhar eficiência e discutir ações compensatórias”, afirma o executivo da IBM. Outra vantagem é a utilização da IA para a própria segurança das redes. “Podemos criar modelos para detectar anomalias e intrusões, criando um ambiente mais seguro e que se autocorrige.”

Na visão de Moraes, os próximos passos da colaboração devem seguir em duas direções. O primeiro é ampliar o desenvolvimento tecnológico, incluindo mais aspectos de inteligência artificial – como a utilização de elementos preditivos para dar maior estabilidade às redes. O outro aspecto é ampliar a colaboração com ainda mais entidades e estabelecer novos casos de uso, além de testar a disponibilidade da solução em diferentes indústrias no mercado.