Como funciona a primeira loja física da AliExpress no Brasil

Projeto é encabeçado pela startup curitibana Ebanx e deve funcionar até o dia 5 de outubro

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Foto do author Bruno Romani
Telão da loja da AliExpress em shopping de Curitiba Foto: Ebanx/Divulgação

Uma das principais marcas da gigante chinesa Alibaba, a AliExpress chama a atenção de muitos brasileiros por oferecer produtos do país asiático a preços acessíveis – mas também deixa muitas dúvidas quanto à qualidade e ao frete. Para reduzir essa desconfiança do consumidor, a startup curitibana Ebanx fechou uma parceria com a AliExpress para criar uma loja física demonstrando as mercadorias disponíveis no site. Temporária, a loja foi aberta no início deste mês no Shopping Mueller, em Curitiba, e já atraiu mais de 10 mil pessoas

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“Nossa ideia é conseguir apresentar fisicamente os produtos aos clientes”, diz ao Estado André Boaventura, sócio e diretor de marketing do Ebanx – a startup é a plataforma da pagamentos da AliExpress desde 2013. A iniciativa visa reduzir não só o medo do comércio online, mas também de produtos que vem da China, por muito tempo vistos com reputação negativa entre os consumidores brasileiros. 

"Estamos empolgados em fazer parte da iniciativa da Ebanx de juntar as experiências online e offline. A AliExpress é uma das plataformas de comércio eletrônico mais populares do Brasil e sempre procuramos explorar maneiras de expandir a integração dos ambientes digital e físico", disse, em comunicado, Kang Huang, líder para o Brasil da AliExpress.

Após o projeto, que estava programado desde outubro de 2018, a Ebanx analisará os dados e estudará com a AliExpress formas para repetir de repetir a parceria no ano que vem - a iniciativa não está diretamente conectada com a loja física que a AliExpress inaugurou em Madrid no final de agosto. A julgar pelos primeiros números, o projeto brasileiro promete: 10 mil pessoas já visitaram o local. Para quem não pode visitar Curitiba, contamos aqui os principais detalhes do projeto.   

Onde fica

A loja fica no Shopping Mueller (Piso L4), em Curitiba, próxima aos cinemas. Localizado no centro da capital paranaense, o shopping fica próximo à sede da Ebanx, que queria acompanhar de perto o projeto. 

Estrutura

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A loja tem um paredão de 32 metros de comprimento, ocupada principalmente por um telão de 5 metros de comprimento e 2,5 metros de altura, que faz o papel de 'vitrine principal'. Além disso, o espaço é ocupado por oito telas interativas, sensíveis ao toque, onde as pessoas podem conhecer em detalhes os produtos da loja. Ali, há especificações técnicas e fotos de diferentes ângulos. Para completar a experiência, há alguns produtos físicos que são exibidos diariamente, podendo ser testados e tocados. Diariamente, dois produtos diferentes ficam ao alcance das mãos das pessoas.  

Uma das oito telas interativas da loja montada pela Ebanx Foto: Ebanx/Divulgação

 

Produtos

A AliExpress é conhecida por oferecer uma ampla gama de produtos. O projeto em Curitiba, porém, foca em produtos tecnológicos, como celulares, drones, caixas de som e fones de ouvido. A ideia é que a loja possa desmistificar a qualidade de produtos de alto valor agregado vendidos pela plataforma. Entre as marcas conhecidas do público estão a gigante chinesa Xiaomi, além de nomes menos conhecidos do país, como Zhiyun Umidigi.  Toda a curadoria dos produtos exibidos é feita pela AliExpress, que comunica à Ebanx sobre aquilo que gostaria de promover na ação.

Não está claro, porém, se os produtos exibidos são homologados pela a Anatel. A Ebanx diz que não pode confirmar se os gadgets passaram pela certificação e afirma que a responsabilidade é dos fabricantes. 

Uma das categorias mais famosas da plataforma, as roupas não fazem parte do projeto. Isso pode mudar em futuros projetos da Ebanx, que já pensa em novas ações com a AliExpress, explica Boaventura.

Estoque

Por se tratar de um espaço de experiência, a loja não vende produtos diretamente. Portanto, não há estoques e nem compras diretas. 

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Pagamentos   

Isso, porém, não impede que as compras sejam realizadas. Todos os produtos possuem códigos QR (ou QR Codes), que podem ser escaneados pelo celular, que levam para a página do produto dentro da AliExpress. Ali, o cliente pode finalizar a operação e pagar por ela, como se estivesse comprando de casa. Essa parte da operação não muda em nada de quem já compra pela AliExpress, incluindo os prazos de entrega - os pagamentos são intermediados pela Ebanx. Quem quiser comprar algo no espaço precisa estar com o celular. 

Orientação básica sobre frete 

Em cada turno, a loja conta sempre com dois funcionários para tirar dúvidas sobre os produtos e sobre o frete – além disso, funcionários da Ebanx, que monitoram o projeto, estão sempre por perto para auxiliar. Dúvidas, por exemplo, sobre o frete são comuns, porque sites chineses ganharam a fama de demorar muitos meses para realizar entregas. "Posso garantir que, com raríssimas exceções, as entregas não demoram mais do que um mês. Em alguns casos, a entrega acontece em até 12 dias", explica Boaventura. As pessoas da loja também tiram dúvidas básicas sobre o pagamento de possíveis taxas nos correios. 

Dados

A grande ideia da loja é gerar dados sobre o comportamento dos usuários em relação à plataforma e aos produtos chineses. O espaço tem um sensor que registra quem entrou nele - nos primeiros dez dias de operação, 10 mil pessoas o visitaram. Além disso, a loja registra  quem escaneou o QR Code, a quantidade de pessoas novas que visitou o site e a vendas de produtos expostos e relacionados aos que estão expostos. O monitoramento desses usuários ocorrerá nos próximos meses, pois, como explica Boaventura, a primeira compra de uma pessoa que passou pelo espaço pode demorar dois ou três meses.  

A loja monitora também como é a interação das pessoas com os produtos. "As pessoas se interessam muito por especificações técnicas de telefones. Conseguimos ver nas telas interativas quanto tempo as pessoas passam em cada lugar do site. As pessoas passam muito tempo vendo a microdefinição de aparelhos, como componentes da câmera e tempo de bateria", diz o executivo. 

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