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Acordo com SoftBank cai e Intel fica para trás na corrida pela IA novamente

De acordo com o Financial Times, a empresa teria falhado em entregar chips no volume e velocidade exigidos

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Por Sabrina Brito

A Intel estava em conversações com o grupo japonês SoftBank para produzir chips que pudessem competir com a Nvidia. No entanto, os planos foram por água abaixo quando a empresa se mostrou incapaz de atender aos requisitos do grupo.

De acordo com uma reportagem do Financial Times, pessoas próximas do assunto afirmaram que a parceria com a Intel teria acelerado os planos do SoftBank de combinar o conhecimento de design de chips da já adquirida Arm com a expertise da recém-comprada Graphcore.

Intel perde, mais uma vez, chance de entrar firmemente no mercado da IA Foto: Richard Drew/AP

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Há relatos de que o objetivo do CEO do SoftBank, Masayoshi Son, é investir bilhões de dólares para colocar o grupo no centro do desenvolvimento de inteligência artificial – o qual depende, em grande parte, da fabricação de chips potentes. A ideia seria criar uma rivalidade com a Nvidia, já estabelecida no mercado.

O projeto com a Intel falhou recentemente, diz o Financial Times. De acordo com as pessoas ouvidas pelo veículo, a causa seria a incapacidade da empresa de proporcionar os dispositivos no volume e velocidade necessários. Agora, a corporação do Japão está focada em negociar com a fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing Co, a TSMC.

Não se trata da primeira vez em que a Intel falha em se colocar no meio da inteligência artificial de forma concreta. Em outros aspectos, a empresa também não está se dando muito bem.

A mais recente prova disso foi o anúncio, na semana passada, de um esforço de corte de custos que abrangeu a perda de 15 mil empregos, junto com um enfraquecimento notável dos resultados financeiros da companhia.

Em termos de inteligência artificial, especialistas apontam que a fabricação de alguns chips da Intel foi possibilitada apenas pela terceirização, sem que a produção interna fosse capaz de dar conta do recado.

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Vale lembrar ainda que, no passado, a empresa perdeu a chance de adquirir uma participação de 15% da OpenAI, de acordo com a Reuters. A aquisição certamente teria dado à Intel uma oportunidade de entrar na corrida pela inteligência artificial generativa.

Assim, enquanto a norte-americana luta para se firmar no setor, a OpenAI lidera o mercado com o seu popular chatbot ChatGPT. Desse modo, foi criado espaço suficiente para que outras empresas se solidificassem no mercado – a exemplo da própria Nvidia, que hoje é uma das companhias mais valiosas do planeta.

Segundo a Reuters, a Intel focou seus esforços na habilitação de CPUs durante anos, em vez de priorizar GPUs e chips gráficos, mais eficientes quando o assunto é lidar com os cálculos demandados pela inteligência artificial.

Dessa forma, aliando perda financeira com timing imperfeito, a Intel ficou para trás no bonde da IA. Agora, com o cancelamento dos acordos com o SoftBank, novamente a empresa perde a chance de entrar definitivamente na corrida pela inteligência artificial.

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