Bill Gates, cofundador da Microsoft e figura constante na lista das pessoas mais ricas do mundo, voltou a ser assunto por conta de uma declaração feita durante evento na Universidade de Washington. Segundo ele, ser bilionário é superestimado. A declaração, que voltou a ganhar popularidade após publicação do Yahoo Finance, ocorreu em 2011. Na ocasião Gates compartilhou com os estudantes sua perspectiva sobre a riqueza, a filantropia e a busca por propósito na vida, desafiando a visão comum de que o acúmulo de bens é sinônimo de felicidade e realização.
O bilionário reconheceu que ter milhões de dólares proporciona uma certa liberdade e independência financeira, permitindo que as pessoas façam escolhas e persigam seus objetivos sem as limitações impostas pela falta de recursos. No entanto, ele argumentou que, além de um certo ponto, a riqueza não traz grandes mudanças para a vida cotidiana e não garante a felicidade ou a realização pessoal.
“Posso entender o desejo de ter milhões de dólares, há uma certa liberdade, uma liberdade significativa, que vem com isso”, disse Gates. “Mas, uma vez que você vai muito além disso, tenho que dizer, é o mesmo hambúrguer.” Para ele, a felicidade e a realização pessoal não estão necessariamente ligadas ao dinheiro, mas sim à forma como utilizamos nossos recursos e talentos para fazer a diferença no mundo.
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O propósito de Gates
Gates não começou sua carreira com o sonho de ser bilionário. Sua paixão por computadores e tecnologia o levou a fundar a Microsoft, que se tornou uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Em 2008, ele deixou a empresa para focar em seus projetos filantrópicos, Ao longo de sua trajetória, ele acumulou uma fortuna considerável, sendo hoje a décima terceira pessoa mais rica do mundo, segundo a Forbes, mas também desenvolveu um forte senso de responsabilidade social.
Em 2000, Gates e sua então esposa na época, Melinda Gates, criaram a Fundação Bill & Melinda Gates, uma organização filantrópica que se dedica a causas como a erradicação da pobreza, o combate a doenças e a melhoria da educação em todo o mundo. A oragnização investe em pesquisas, programas e iniciativas que buscam promover o desenvolvimento humano e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Melinda saiu da fundação em maio deste ano, três anos após o divórcio com o fundador da Microsoft.
O trabalho da fundação reflete a crença de Gates de que a riqueza deve ser usada para o bem comum e para criar um impacto positivo na sociedade. Ele tem, inclusive, incentivado outros bilionários a se juntarem a ele nessa missão, doando suas fortunas para causas sociais e usando sua influência para promover mudanças positivas no mundo. O movimento ‘Giving Pledge’, criado por Gates e Warren Buffet, filantropo americano, já ganhou o apoio de nomes como Sam Altman, Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg.
Em sua conversa com os estudantes, Gates destacou a importância de encontrar propósito e paixão na vida, independentemente da riqueza ou do status social. Ele incentivou os jovens a buscarem carreiras que os inspirem e que lhes permitam fazer a diferença no mundo. “Ser ambicioso é bom, mas você precisa escolher o que gosta de fazer”, disse Gates.
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