Bill Gates e União Europeia vão investir US$ 1 bi em tecnologias de baixo carbono

Parceria tem como alvo sugar o gás carbono da atmosfera, tecnologia vista como crítica para reduzir as emissões de indústrias

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Por Agências internacionais
Bill Gates quer ajudar a diminuir as emissões de CO2 do Planeta Foto: Denis Balibouse/Reuters

União Europeia e um programa de investimento em energia fundado pelo empresário Bill Gates planejam levantar até US$ 1 bilhão para lançar as tecnologias de baixo carbono, área em que a Europa aposta para cumprir as metas de mudança climática, disse a Comissão Europeia nesta quarta-feira, 2.

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A parceria faria a Breakthrough Energy, fundada por Gates, usar capital privado e fundos filantrópicos para igualar o financiamento fornecido pela UE. O objetivo é levantar juntos o equivalente a US$ 1 bilhão entre 2022 e 2026.

O apoio terá como alvo o hidrogênio produzido a partir de energia renovável, combustíveis de aviação sustentáveis, tecnologia para sugar CO2 da atmosfera e armazenamento de energia de longa duração, disse a Comissão.

Essas tecnologias são vistas como críticas para reduzir as emissões de grupos como a indústria pesada e a aviação, mas caras demais para serem ampliadas sem suporte e competir com alternativas mais baratas de combustíveis fósseis.

"A descarbonização da economia global é a maior oportunidade de inovação já vista no mundo", disse Gates em um comunicado, acrescentando que a Europa terá um papel "crítico" graças à sua ambição climática e liderança em ciência e tecnologia.

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"O mundo não pode esperar que as tecnologias se desenvolvam por conta própria", disse a Comissão. A UE prometeu eliminar as suas emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2050.

Os investimentos se concentrarão em projetos de larga escala para reduzir o custo das tecnologias e incluirão subvenções e outros instrumentos financeiros.

Reator nuclear

Além dessa parceria com a UE, Gates quer impulsionar a energia nuclear nos Estados Unidos.

A TerraPower, empresa de energia nuclear do bilionário, escolheu o Estado norte-americano de Wyoming para lançar o primeiro projeto do reator Natrium, afirmou o governo estadual nesta quarta-feira.

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A TerraPower, fundada por Gates há cerca de 15 anos, e a companhia de energia norte-americana PacifiCorp, controlada pela Berkshire Hathaway, afirmaram que o local exato da usina de demonstração do reator Natrium será anunciado até o final do ano. Por ora, o governo do Estado afirmou que ele será instalado no local de uma usina termelétrica desativada.

Pequenos reatores nucleares avançados, que usam diferentes tipos de combustíveis em relação aos reatores tradicionais, são considerados por alguns especialistas como uma importante tecnologia de geração de energia sem emissão de carbono, capazes de suplementar fontes intermitentes como eólica e solar.

"Este é nosso caminho mais curto e rápido para sermos negativos em carbono", disse o governador do Wyoming, Mark Gordon. O Wyoming é o Estado que mais produz carvão nos EUA.

O projeto envolve um reator rápido resfriado a sódio com capacidade para 345 megawatts com uma unidade de armazenamento que pode ampliar a produção para 500 MW em momentos de pico. A TerraPower afirmou no ano passado que a usina custaria cerca de 1 bilhão de dólares.

No ano passado, o Departamento de Energia dos EUA concedeu um financiamento inicial de 80 milhões de dólares para a TerraPower demonstrar a tecnologia Natrium e se comprometeu com financiamento adicional nos próximos anos após aprovações do Congresso.

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Chris Levesque, presidente da TerraPower afirmou que a usina de demonstração levaria cerca de sete anos para ser construída. "Precisamos deste tipo de energia limpa na rede elétrica na década de 2030", afirmou o executivo a jornalistas.

Especialistas em energia nuclear afirmam que os reatores avançados têm mais riscos que os convencionais. O combustível para muitos deles precisa ser enriquecido a níveis muito maiores que o convencional, o que significa que a cadeia de fornecimento poderia ser um alvo para ataques por grupos interessados em produção de bombas nucleares.

Levesque, porém, afirmou que as usinas vão reduzir os riscos de proliferação porque diminuem o volume de lixo nuclear produzido.

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