O carnaval já está logo aí, e muitos foliões pelo Brasil devem ir às ruas nos próximos dias para se divertir. Mas o furto e roubo de celulares podem estragar a festa, com prejuízos que vão muito além da perda do próprio aparelho, como invasão a contas bancárias e sequestro de redes sociais.
Para evitar dores de cabeça no feriado, é possível reforçar a segurança dos aparelhos, tanto em celulares Android ou no iPhone, antes de cair na farra. E é também recomendável criar mecanismos mais seguros de recuperação de conta, bem como estabelecer limites geográficos e de horário para transferências bancárias (cada instituição financeira possui uma política própria de segurança).
Algumas dicas “antigas” ainda valem, é claro. Evite deixar o smartphone em bolsos (principalmente o traseiro) e procure mantê-lo guardado quando estiver na rua. Uma possibilidade é ter doleiras e pochetes, onde itens essenciais podem ser guardados de maneira mais discreta. Em resumo, não deixe o aparelho exposto.
Antes de sair de casa, siga estas dicas:
Celular Seguro
O Celular Seguro é um aplicativo lançado pelo governo federal em dezembro de 2023. O intuito é criar uma central para que o cidadão possa desativar, simultaneamente, a linha telefônica (mantida pelas operadoras) e as contas bancárias cadastradas.
Por isso, antes de ir para a rua, é importante inserir seu número de telefone e contas bancárias no aplicativo, facilitando o bloqueio em caso de extravio do aparelho.
Para baixar o app Celular Seguro, clique aqui.
Ative o recurso antirroubo do iPhone
Recentemente, com a alta de furtos e roubos de iPhone nos EUA e Brasil, a Apple lançou um recurso dedicado a prevenir mudanças no sistema do aparelho, caso este caia nas mãos erradas.
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A funcionalidade lançada pela Apple é exclusiva aos smartphones compatíveis com o iOS 17.3 (o que inclui do iPhone XR até os modelos do iPhone 15). Ao ativá-lo, o iPhone impede alterações consideradas críticas para a segurança do aparelho, exigindo autenticação biométrica, e não mais a alfanumérica. Veja aqui como ativar.
Até o momento, o Google não desenvolveu algo semelhante para o Android.
Anote o IMEI
O IMEI (sigla em inglês para International Mobile Equipment Identity) é como se fosse o CPF de cada celular: é um conjunto de 16 números únicos para cada aparelho no mundo.
Com o IMEI, é possível desativar remotamente a linha telefônica do dispositivo, além de ser obrigatório declará-lo no boletim de ocorrência (B.O.). E é por esse número que a polícia pode devolver o aparelho ao dono, caso seja recuperado.
Por isso, a dica aqui é anotar o IMEI e deixá-lo em um lugar seguro em casa antes de ir para a rua.
Caso não saiba qual é o seu IMEI, é possível encontrá-lo de algumas maneiras:
- No telefone, disque o comando *#06# no telefone;
- No iOS, vá até o app Ajustes, clique em Geral e, depois, em Sobre. Lá, vai estar a linha com o IMEI do aparelho;
- No Android, vá em “Configurações”, clique em “Sobre o telefone” e procure o código do IMEI;
- É possível encontrar o IMEI na caixa em que foi vendido o celular, geralmente na parte traseira da embalagem;
Ative as biometrias do aparelho
Esta dica é obrigatória: ative todas as formas de biometria do seu celular. Isso inclui leitores de digitais e de rosto, que criam mais camadas de segurança.
Além disso, ative as biometrias em aplicativos não-nativos, como os apps bancários e de e-mail.
Senha no chip SIM
É possível inserir senha no chip (cartão SIM) da operadora. Com isso, toda vez que o celular for desligado ou for retirado o cartão do aparelho, vai ser exigida um código para ativar o sinal de telefonia.
Na prática, o recurso impede que ladrões insiram o cartão em outro aparelho e tenham acesso ao seu número, pelo qual podem tentar recuperar senhas.
Para ativar a funcionalidade, consulte o site da sua operadora.
Senhas alfanuméricas em redes sociais
Em redes sociais e e-mail, abandone senhas fáceis (como aniversários ou “123456″). Em vez disso, adote senhas alfanuméricas longas e complexas.
De preferência, adote senhas que sejam impossíveis de memorizar. Para isso, conte com aplicativos geradores de senha (1Password, Last Password) ou recursos nativos do iPhone ou Android (Google Chrome e Safari).
Não anote senhas
Esta dica é obrigatória. Não deixe senhas anotadas em aplicativos como bloco de notas ou WhatsApp — os bandidos procuram por esse tipo de informação assim que pegam o celular.
Autenticação em dois fatores
A autenticação em dois fatores (2FA, na sigla em inglês) consiste em inserir uma etapa adicional ao tentar entrar em uma conta digital, seja rede social, seja bancária. Geralmente, é um código enviado por e-mail ou SMS, mas pode ser um token, uma ligação e até uma chave física.
Esse recurso tornou-se obrigatório para muitas redes sociais (como Facebook e Instagram), mas é possível ativá-lo em outras contas, como Uber e iFood.
Dê preferência para autenticações por e-mail, e não por SMS (que depende da ativação do número de telefone, o que pode ser um problema em caso de extravio do aparelho).
Reduza limites
Uma possibilidade de redução de danos é diminuir limites de transferências, saques e pagamentos em suas contas bancárias. Em caso de extravio do aparelho e invasão de contas, grandes valores não devem ser movimentados.
Geralmente, as próprias instituições financeiras permitem que essas alterações sejam realizadas rapidamente por aplicativo, exigindo senhas e biometria ao confirmar a operação.
Faça backup
Por fim, mas não menos importante, aproveite e faça backup de todas as suas informações armazenadas no aparelho. Tanto o Android quanto o iOS realizam essa tarefa pela nuvem, sem necessidade de outro dispositivo.
Além disso, se possível, ative a função para ser realizada todos os dias, automaticamente.
Cuidado com o e-mail aberto
Não deixe logado no celular o e-mail que você costuma cadastrar em outros serviços. Caso o e-mail de cadastro esteja de “portas abertas”, bandidos podem recuperar senhas e provocar uma invasão em massa nos seus diferentes perfis.
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