O empresário Elon Musk deixou de ser o homem mais rico do mundo, segundo levantamento anual da revista Forbes publicado nesta terça-feira, 4. Não é como se o bilionário tivesse ficado exatamente pobre: ele ocupa o segundo posto da lista consolidada, com fortuna de US$ 180 bilhões, atrás de Bernard Arnault (dono da LVMH, grupo que concentra grifes como Louis Vuitton e Dior), com US$ 211 bilhões.
Entre setembro de 2021 e dezembro de 2022, Musk ocupou o primeiro lugar da lista da Forbes, superando nomes como Bill Gates (Microsoft) e Jeff Bezos (Amazon). O ponto alto do período foi em novembro de 2021, quando a fortuna do empresário ficou avaliada em US$ 320 bilhões.
A riqueza de Musk está principalmente ligada às ações da Tesla, montadora americana de carros elétricos fundada pelo empresário em 2003. Segundo a Forbes, o bilionário detém 25% da companhia, o que significa que, quando a firma tem boa performance no mercado, os bolsos do fundador ficam mais pesados.
Em 2022, porém, a fortuna de Musk começou a encolher conforme o desempenho da Tesla era prejudicado no mercado público de ações. Segundo a Forbes, entre novembro de 2021 e janeiro de 2023, as ações da montadora caíram 50%, saindo do clube das empresas avaliadas em mais de US$ 1 trilhão para, hoje, cerca de US$ 600 bilhões.
Na avaliação de especialistas do mercado, a Tesla tem sido prejudicada pela concorrência com outras montadoras, que fazem investimentos na eletrificação de veículos, bem como pelo mau desempenho do mercado de ações, que tem prejudicado principalmente as empresas de tecnologia.
Além disso, investidores estão preocupados com as prioridades de Musk como empresário desde que o bilionário assumiu o comando do Twitter, empresa comprada em outubro de 2022 por US$ 44 bilhões (metade desse valor foi financiado por grandes bancos). Ao se concentrar muito em reorganizar a companhia de rede social, Musk poderia estar deixando o negócio da Tesla de lado, o que afeta o desempenho da montadora.
Consequentemente, Elon Musk viu sua fortuna despencar nos últimos meses — tanto que a queda foi parar no Livro dos Recordes, o Guinness. Em poucos meses de 2022, o empresário perdeu cerca de US$ 200 bilhões, feito inédito no mundo.
Barões da tecnologia descem no ranking da ‘Forbes’
A queda no mercado também afetou outros bilionários da tecnologia, conhecidos por ocupar as primeiras posições do levantamento da Forbes.
Jeff Bezos, fundador da Amazon, perdeu US$ 80 bilhões em 2022, aparecendo na terceira posição com US$ 114 bilhões. Entre 2018 e 2021, o empresário foi o homem mais rico do mundo, superando Bill Gates à época e perdendo o posto para Musk.
Larry Ellison, fundador da empresa de tecnologia Oracle, ficou em 4.º lugar no ranking com US$ 107 bilhões. No ano passado, Ellison ficou em oitava posição com US$ 106 bilhões. Esse crescimento se deu, principalmente, pelo aumento da receita trimestral de 2023 da Oracle, que cresceu 18% em comparação com 2022 e foi impulsionado pelo crescimento da moeda constante.
Por falar em Bill Gates, o fundador da Microsoft e criador do Windows ocupa a 6.ª posição do levantamento da Forbes, com US$ 104,5 bilhões. Entre 1995 e 2017, o ícone da tecnologia foi o homem mais rico do mundo.
Larry Page e Sergey Brin, confundadores do Google, caíram na lista da Forbes. Ano passado, Page estava em sexta posição, com US$ 111 bilhões, e Brin em sétima, com US$ 107 bilhões. Porém, este ano, Larry ficou em 12.º lugar, com US$ 79,2 bilhões, e Sergey em 14.º, com US$ 76 bilhões. A queda foi ocasionada pela queda da receita da Alphabet (controladora do Google), que caiu 34% ao final de 2022.
Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, já chegou a ter US$ 136,4 bilhões em setemrbo de 2021 e ficar no TOP 10 pessoas mais ricas do mundo, porém, logo em 2022, Zuckerberg caiu para a 11.ª posição com US$ 57,7 bilhões. Após a queda brusca, este ano, apesar do valor ter aumentado para US$ 64,4 bilhões, o bilionário ficou em 16.ª posição na lista da Forbes.
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