Muito se fala sobre os problemas causados pelo uso do celular. Entre eles, estaria a questão do sono, o qual, de acordo com algumas fontes, seria negativamente afetado pelo aparelho. No entanto, um novo estudo publicado recentemente aponta que o problema pode não ser tão grande assim – ao menos nesse sentido, de acordo com o site The Conversation.
Embora existam aplicativos e sejam vendidos até mesmo óculos que filtram a luz azul emitida por dispositivos eletrônicos, a relação entre uma má qualidade de sono e essa luz não chega a ser significativa. É o que mostra a pesquisa, publicada no periódico científico Sleep Medicine Reviews.
O estudo se baseou em uma análise de 73 levantamentos sobre o assunto. Mais de 113 mil participantes fizeram parte da pesquisa.
Três formas de perturbação do sono foram analisadas pelos pesquisadores. A primeira é a alta luminosidade do dispositivo em questão. A segunda é a excitação mental trazida por ele. Por fim, a terceira é a perda de sono por meio de sua disrupção ou do uso da tecnologia para além da hora em que se estaria dormindo.
Como resultado, descobriu-se que há, sim, um atraso do sono produzido pela luz azul dos celulares. Porém, ele é mínimo, girando em torno de 2,7 minutos. Assim, quem usa aparelhos eletrônicos antes de dormir acaba por cair no sono menos de 3 minutos depois de quem não o faz.
A teoria de que a luz azul reverbera no sono envolve a melatonina, hormônio que ajuda a regular o sono. Conforme a luz do sol baixa e a noite chega, o nosso cérebro começa a produzir melatonina, fazendo com que sintamos sono. Dessa forma, seria lógico pensar que a luz artificial poderia interferir intensamente com a produção de melatonina e afetar o sono.
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Mas não é o que se revelou. De acordo com o estudo, seria necessário a emissão de luz em um nível a partir de 1 000 lux (medida de intensidade luminosa) para que o sistema de alerta do corpo humano fosse verdadeiramente impactado, influenciando na qualidade do sono. Contudo, um telefone celular emite entre 80 e 100 lux apenas.
A pesquisa apontou ainda que os principais motivadores do uso da tecnologia à noite são dois: para preencher o tempo quando ainda não se está com sono suficiente para dormir e para se acalmar e afastar emoções negativas no momento do sono.
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