Governo prevê criar ‘nuvem brasileira’ para armazenamento de dados de cidadãos

Criação fará com que o País não dependa de empresas internacionais para armazenar informações de cidadãos

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A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, afirmou que o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (IA) irá debater a criação de uma “nuvem brasileira”, denominada de “nuvem soberana”. Segundo ela, tal mecanismo, que deve contar com investimento de cerca de R$ 1 bilhão previsto na Lei Orçamentária da União (LOA), não irá depender da capacidade de armazenamento das empresas.

“A nuvem soberana é que a gente não vai depender da capacidade de armazenamento que hoje é muito depositada nas grandes empresas internacionais. Nós precisamos ter uma nuvem que é onde você armazena os dados brasileiros”, comentou a ministra em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 30.

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação ( CNCTI) realizada no centro de convenções Brasil 21 na manhã desta terça-feira 30 de Julho em Brasília. FOTO: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO Foto: Wilton Junior/WILTON JUNIOR/Estadão

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“Está previsto quase R$ 1 bilhão para esse investimento já dentro da LOA, para poder ter essa nuvem soberana, essa nuvem brasileira, que não depende das empresas, dados públicos, e que não vai depender da infraestrutura das grandes empresas”, acrescentou. Segundo a ministra, a previsão é que leve um ano e meio para agregar na área de inteligência artificial a quantidade de dados do Brasil.

Luciana afirmou que o próximo passo do plano é mostrá-lo para o grupo de ministros. Em sua previsão, porém, é preciso buscar novas fontes de financiamento. Segundo ela, a previsão é que a apresentação deva ocorrer após a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Chile, prevista para a primeira semana de agosto.

“(O plano) vai exigir que serviços públicos se mobilizem, porque dentro das iniciativas que têm impacto imediato, está envolvido ministérios, porque vamos precisar garantir que o governo brasileiro lidere um processo que vá além do serviço público, que vá para iniciativa empresarial, para geração de emprego”, disse.

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Ainda, de acordo com a ministra, é preciso consolidar recursos da LOA e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Luciana afirmou que os valores estão chancelados, principalmente aqueles de impacto de um ano. Porém, ponderou: “Como é (um plano) dinâmico, vamos precisar buscar mais fontes, com certeza.”

A proposta de plano, de autoria do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e intitulada “IA para o Bem de Todos”, prevê R$ 23,03 bilhões de investimentos nos anos de vigência, entre 2024 e 2028. A maior parte desses recursos, R$ 12,72 bilhões, é oriunda de créditos do FDNCT e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Outros R$ 5,57 bilhões correspondem ao recurso não-reembolsável do FNDCT; R$ 2,90 bilhões, à Lei Orçamentária Anual (LOA), sem FNDCT não-reembolsável; R$ 1,06 bilhão, ao setor privado, com investimentos e contrapartidas; R$ 430 milhões, a empresas estatais; e R$ 360 milhões de demais fontes.

Os valores projetados são totais e ainda dependeriam de confirmação na programação orçamentária e financeira de cada ano. Maioria das verbas seria destinada para ações de Inovação Empresarial. O projeto ainda está sob a análise do Ministério da Casa Civil.

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