‘IA é a maior invenção desde a criação da prensa no século 15′, diz presidente da Microsoft

Brad Smith afirma que tecnologia deve criar um ecossistema de novos empregos e mudar como humanos se relacionam

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Foto do author Guilherme Guerra

ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA — Ainda em seu início, a revolução da inteligência artificial (IA) tem efeitos ainda inesperado por cientistas, executivos e o restante da sociedade. É possível que a produtividade de trabalhadores nas empresas aumente exponencialmente, que empregos sejam eliminados, que tarefas repetitivas desapareçam por completo, que a criatividade aflore na humanidade e que indústrias inteiras sejam alteradas para sempre, como a saúde e a educação.

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Para o presidente da Microsoft, Brad Smith, essa revolução pode ser tão grande quanto a criação da prensa por Johannes Gutenberg durante o século 15 na região que hoje se chama de Mainz, na Alemanha.

“Acredito que a IA seja a maior invenção desde a criação da prensa”, declarou ele nesta segunda-feira, 26, no principal palco da conferência Mobile World Congress (MWC) 2024, tradicional feira de telecomunicações e telefonia móvel que acontece em Barcelona, na Espanha. “De muitas formas, a IA ajuda pessoas a criar, a compartilhar e a aprender, muito similar à prensa”.

No século 15, a criação da prensa permitiu a rápida reprodução de livros, folhetins e jornais, que começaram a circular de forma acelerada pelos países da Europa até chegar ao restante o mundo. A inovação permitiu não só a difusão do conhecimento sobre as artes entre as elites da época, mas também a propagação de ideais renascentistas e iluministas nos séculos seguintes.

“A criação da prensa trouxe a importância da difusão. Não foi só uma invenção criada, mas toda uma nova economia”, diz Smith, executivo na Microsoft desde 1993 e presidente desde 2015. Com a invenção de Gutenberg, nasceu a criação de um novo “ecossistema” econômico no mundo: editoras, fabricantes de celulose e de tinta, tipógrafos, jornais, vendedores de livros, escritores e, claro, leitores.

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GRAFCAT406. BARCELONA, 26/02/2024.- El presidente de Microsoft, Brad Smith, durante la conferencia que ha pronunciado en la jornada inaugural del MWC 2024, el principal congreso tecnológico del mundo, que prevé reunir a unas 95.000 personas, y que ha abierto sus puertas este lunes en Barcelona. EFE/Enric Fontcuberta  Foto: EFE / EFE

Smith e a Microsoft acreditam que a inteligência artificial deve incentivar a criação de uma nova economia, em que a IA é o agente central. Para tal, a companhia planeja uma série de investimentos em várias etapas desse ecossistema, como promover consumo consciente de eletricidade para abastecer data centers, promover a criação de chips específicos para IA e incentivar o treinamento de desenvolvedores.

“Para a Microsoft, precisamos focar não só no nosso sucesso, mas em promover o sucesso dos outros”, diz a companhia em nota publicada nesta segunda-feira, 26, após a conferência com Smith.

Brad Smith, presidente da Microsoft, subiu no principal palco da MWC 2024, em Barcelona, na Espanha Foto: Guilherme Guerra/Estadão

O primeiro passo desse processo já nasceu. Nesta segunda, por ocasião da MWC 2024, a Microsoft anunciou uma parceria com aquela que é considerada a principal startup de inteligência artificial da Europa, a Mistral AI. Fundada há um ano na França, a empresa anunciou um chatbot próprio e um modelo amplo de linguagem (LLM, na sigla em inglês), similar à OpenAI.

Em 2018, a Microsoft foi a primeira a se interessar pela OpenAI, nascida em 2016 pelas mãos do cofundador Sam Altman, hoje presidente executivo. Desde então, a companhia de Bill Gates desembolsou cerca de US$ 13 bilhões na startup, que se tornou o maior nome do setor de IA do mundo, graças ao ChatGPT.

“Apesar do rápido ritmo da inovação, estamos apenas no começo do estágio do que a a inteligência artificial pode vir a ser”, acrescentou Smith no palco da MWC.

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*Repórter viajou a convite da Intel

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