Musk, apagão tecnológico e IA: veja os principais acontecimentos tecnológicos de 2024

O bilionário foi um grande protagonista do ano, mas não esteve sozinho

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Por Mariana Cury

Elon Musk foi um grande protagonista de 2024: da eleição de Trump à disputa com o ministro Alexandre de Moraes, o bilionário sugou boa parte da atenção do mundo da tecnologia. Ele, no entanto, não esteve sozinho. A inteligência artificial (IA) avançou e levou dois Prêmios Nobel, além de dominar muitas conversas. E reguladores e autoridades apertaram o cerco a um setor acostumado a operar quase sem amarras. O Estadão separou os principais acontecimentos no ano. Veja abaixo.

Elon Musk ajuda a ‘eleger’ Donald Trump

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Com um investimento milionário de mais de US$ 250 milhões, o CEO da Tesla, Elon Musk, foi a principal personalidade de apoio à reeleição de Donald Trump. Com um envolvimento direto na campanha, desde presença em eventos, discussões em sua rede social - o X -, até a criação de seu próprio comitê de apoio, o sul africano já é considerado um dos maiores financiadores de uma eleição americana na história do país.

O bilionário chegou a sortear US$ 1 milhão por dia para os eleitores que se cadastrassem nas zonas eleitorais indecisas dos EUA. A iniciativa do American PAC levantou grandes debates sobre se a “mega sena” seria um tipo de compra de votos e marcou a fidelidade de Musk por Trump, que agora, enxerga um mundo de oportunidades e poder no novo governo americano.

O homem mais rico do mundo será o chefe do Departamento de Eficiência Governamental ao lado do empresário de tecnologia - e republicano - Vivek Ramaswamy. A dupla prevê o desmonte de diversas burocracias governamentais, regulatórias e financeiras.

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Elon Musk foi a principal figura de apoio à Trump nas eleições presidenciais  Foto: Doug Mills/NYT

Bloqueio do X

Foram quase 40 dias sem o antigo Twitter no País. A questão sobre a irregularidade da rede social no País, começou quando Elon Musk fechou o escritório que representava a plataforma no Brasil. Além disso, quando comprou o antigo Twitter, ele fez mudanças sobre a liberação de conteúdos considerados nocivos na rede social, permitindo a presença de discurso de ódio e disseminação de notícias falsas. A falta de representação no Brasil e o tipo de conteúdo liberado no X permearam uma batalha entre o CEO e o ministro do supremo, Alexandre de Moraes.

Após o fechamento do escritório, o ministro exigiu que Musk indicasse um representante legal brasileiro para o X, caso contrário, a rede social seria suspensa no País. O pedido não foi atendido.

No dia 30 de agosto, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, a rede social foi suspensa por tempo indeterminado no País por não apresentar diversas exigências que uma plataforma de mídia precisa ter para funcionar no Brasil, como ferramentas de controle de fake news, por exemplo. Além disso, o ministro bloqueou as contas da empresa de internet Starlink - também de Musk - como garantia de pagamento das multas à Justiça sofridas pelo X.

Depois de um bloqueio de cerca de R$18 milhões, as contas da empresa foram liberadas novamente. Apesar disso, o X seguiu suspenso, pois a liberação da plataforma exigia outras medidas judiciais como um representante legal no País e ferramentas que denunciem e excluam perfis que atacam a democracia, por exemplo.

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Após quase 40 dias de inatividade no Brasil, no dia 8 de outubro, o ministro determinou o retorno da rede social. A liberação ocorreu depois do cumprimento de uma série de exigências da Justiça, como a indicação de um representante legal para o X no País, a exclusão de contas que disseminavam conteúdo de ódio e de desinformação e após o pagamento de R$ 28,6 milhões em multa.

Ministro Alexandre de Moraes suspendeu a rede social X do Brasil por cerca de 40 dias Foto: ESTADAO / undefined

Apagão cibernético da Crowdstrike

No dia 19 de julho, a empresa de segurança cibernética Crowdstrike - que é responsável por oferecer serviços para os sistemas da Microsoft, como o Windows e o armazenamento de nuvem Azure - ocasionou o maior apagão cibernético da história, causando atrasos de voos no mundo inteiro, interrompimento de bancos online, falha em transmissões de empresas de comunicação e atrapalhando a logística de empresas de diferentes setores.

Usuários do sistema Windows - da Microsoft - se depararam com a “tela azul da morte”, bug que trava todo o sistema operacional das máquinas. Segundo a empresa, o apagão ocorreu após uma falha na atualização do software da Crowdstrike que, por medidas de segurança, trava os sistemas operacionais.

A pane global fez com que o CEO da empresa, George Kurtz, perdesse cerca de US$ 338 milhões. O problema demorou dias para ser definitivamente solucionado para os usuários ao redor do mundo.

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Apagão gerou caos em aeroportos ao redor do mundo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Inteligência artificial ganha dois Prêmios Nobel

Em 2024, a tecnologia da inteligência artificial se expandiu para os mais diferentes meios de ciência. Os vencedores do Prêmio Nobel de Física e do Prêmio Nobel de Química marcaram o início dessa nova era para as IAs.

Esse reconhecimento mostrou ao mundo que, o uso de ferramentas de IA vão além de chatbots espertos. Agora, essas tecnologias fazem parte integral do avanço da ciência em diferentes áreas.

A dupla de pesquisadores que levou o Nobel de Física, John Hopfield e Geoffrey Hinton transformou o campo de machine learning ao popularizar o backpropagation, uma técnica que permite às redes neurais ajustarem seus parâmetros após a predição, promovendo o aprendizado profundo e viabilizando avanços cruciais em reconhecimento de padrões e análise de dados complexos.

O trio do Nobel de Química, Demis Hassabis, David Baker e John M Jumper, revolucionou a química com o desenvolvimento do AlphaFold, um modelo de machine learning que solucionou a questão de predição do dobramento de proteínas com precisão inédita, redefinindo a biologia molecular e possibilitando avanços na descoberta de novos medicamentos.

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Prêmio Nobel começou a ser promovido em 1901 Foto: Foto: Reprodução: The Nobel

Fim da praça pública digital

Desde que Elon Musk comprou o antigo Twitter e o transformou em X, a plataforma que já foi conhecida como “a praça pública da opinião”, sofreu diversas mudanças e deixou de ser o ambiente digital que era antes.

2024 foi o ano que marcou o fim da liderança do Twitter - agora, X - como uma das redes sociais mais adoradas do mundo. Desde a compra de Musk, a plataforma passou a deixar de oferecer ferramentas de controle de conteúdo, como alertas sobre notícias falsas e remoção de conteúdos nocivos à democracia, por exemplo. O espaço que era antes conhecido como um lugar de debate para as mais diferentes opiniões, passou a ser palco para negacionistas, destiladores de ódio e para a disseminação de desinformação.

Alguns fatos, como o banimento do X no Brasil e a reeleição de Trump nos EUA, foram o empurrão necessário para que um número expressivo de usuários migrassem para plataformas concorrentes, como o Bluesky e o Threads. Ou seja, as várias bolhas da internet estão espalhadas por serviços diferentes.

O Bluesky que, há apenas um ano contava com cerca de dois milhões de usuários, hoje, já ultrapassa a marca de 25,7 milhões. Na primeira semana de bloqueio do X no País, a nova rede social registrou mais de 700 mil “novatos” em apenas uma semana. O seu crescimento também se deu pelo fato de se mostrar como uma alternativa para aqueles que não querem estar na rede social do braço direito de Donald Trump no novo governo.

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Veículos de comunicação como o The Guardian e El País já não estão mais na rede social de Elon Musk. Além disso, personalidades, como Stephen King, Jim Carrey e o jornalista brasileiro Guga Chacra, são exemplos de pessoas que também preferiram abandonar a plataforma administrada pelo bilionário.

Bluesky cresceu como alternativa ao X, de Elon Musk  Foto: Koshiro/Adobe Stock

Starship realiza voo completo

No dia 6 de junho, após três tentativas, o superfoguete da SpaceX concluiu seu primeiro voo. O foguete da empresa de Elon Musk, é o maior da história, com cerca de 5 mil toneladas, decolou de Boca China, no Texas, e teve seus dois estágios de volta ao planeta concluídos com sucesso. O Starship foi o maior foguete do mundo a realizar integralmente um voo para fora do planeta, embora o voo não tivesse tripulação.

Um dos principais objetivos da missão, que era o retorno do lançador Super Heavy, foi atingido pela primeira vez - no terceiro voo a companhia perdeu contato com o componente a poucos quilômetros da superfície. Desta vez, ele desceu no Golfo do México apenas 7 minutos após a decolagem. A separação entre foguete e lançador começou a 75 km de altitude, com 3 minutos de voo.

Já a nave principal pousou no Oceano Índico cerca de 1 hora e 10 minutos após deixar a base nos EUA. A 55 km de chegar à superfície, parte da nave começou a apresentar falhas devido ao calor, e câmera da transmissão ao vivo teve a lente danificada, mas a nave ainda enviava dados, o que indicava que o voo acontecia com sucesso. A 4 km de altitude, o equipamento já estava abaixo da velocidade do som e se posicionou para a descida final com auxílio do motor Raptor Vacumn.

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O objetivo de Musk é utilizar o foguete para levar a tripulação da agência espacial americana (a Nasa) à Lua. A longo prazo, no entanto, o plano do bilionário é utilizar a nave para transportar carga e pessoas para Marte.

Anteriormente, a empresa já havia realizado três tentativas falhas de voo com o Starship. Em abril de 2023, no primeiro teste, o foguete explodiu quatro minutos depois do lançamento, a 39 quilômetros de altitude, por vazamento do propelente na parte traseira do propulsor Super Heavy, o que eventualmente cortou a conexão com o computador de voo principal do veículo. Segundo a Space X, isso levou a uma perda de comunicações com a maioria dos motores do propulsor e, finalmente, do controle do veículo.

Na segunda tentativa, em novembro de 2023, após a empresa ter cumprido 63 exigências feitas pela administração federal de aviação dos Estados Unidos, aconteceu o segundo teste. Apesar de não ter conseguido completar o voo por ter explodido no segundo estágio, o Starship conseguiu entrar em órbita e foi o maior foguete da história a realizar este feito.

Na terceira tentativa, o Starship quase atingiu seu objetivo. Após realizar um voo quase completo em volta da Terra, o maior foguete da história a ir ao espaço explodiu no retorno para o planeta, a cerca de 72 km da superfície.

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Após o sucesso da quarta tentativa, em junho, o Starship voo mais duas vezes em 2024. O quinto voo foi o primeiro a ter a recuperação do propulsor do foguete na Starbase. No teste, realizado em outubro, o Heavy Booster foi recapturado cerca de 7 minutos após o lançamento, pela própria torre de lançamento, com duas estruturas que simulam uma espécie de braço para segurar o propulsor, chamada Mechazilla. O Starship fez seu pouso no Oceano Índico 1 hora e 5 minutos após deixar a base de lançamento no Texas.

E, por fim, em novembro, o último voo do ano do Starship contou com a presença de Donald Trump. A empresa não conseguiu repetir o sucesso do lançamento anterior e recuperar o Heavy Booster, propulsor do foguete, direto na base de lançamento - e foi preciso redirecionar o equipamento para cair no mar. Desta vez, a SpaceX incluiu um “tripulante” no teste: uma almofada em formato de banana estava dentro do foguete para uma observação relacionada à gravidade durante o voo.

Decolagem do Starship Foto: Foto: Divulgação: SpaceX

Nvidia vira gigante

Se 2024 foi o ano em que as IAs furaram a bolha, é impossível não citar a Nvidia e seu CEO, Jensen Huang . No dia 5 de novembro, a fabricante de chips ultrapassou a Apple e se tornou a empresa mais valiosa do mundo atingindo um valor de mercado de US$ 3,416 trilhões, contra US$ 3,363 trilhões da gigante de tecnologia.

A companhia se tornou o símbolo do boom da IA, com a alta demanda de componentes para treinar os grandes modelos de IA. Isso levou a uma grande onda positiva para a companhia, que neste ano já ultrapassou a marca dos US$ 2 trilhões e US$ 3 trilhões em valor de mercado. Nos últimos 12 meses, a companhia teve mais de 200% de valorização.

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Além disso, a valorização da Nvidia ocorre em um contexto de alta generalizada para as ações de empresas de semicondutores, que foram impulsionadas pela divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços dos Estados Unidos em outubro, medido pelo instituto ISM. O índice superou as expectativas do mercado, indicando um crescimento robusto do setor de serviços e reforçando a confiança dos investidores na economia americana.

Fundada há mais de 30 anos, a companhia antecipou em algumas décadas o boom atual da tecnologia - quase sem querer. Criada em 1993, a Nvidia passou a desenvolver em 1999 chips de processamento de vídeo (ou GPUs) para computadores e videogames. Essa tecnologia tornou-se essencial para processar vídeos pesados na indústria de games (abastecendo consoles como Xbox e PlayStation) e indispensável em supercomputadores — que podem ser usados em sistemas de nuvem ou de mineração de criptomoedas, duas áreas em que a Nvidia tornou-se a favorita há anos.

Para qualquer inteligência artificial funcionar, é necessária uma quantia enorme de dados. Estes, por sua vez, exigem uma infraestrutura de computadores de ponta para processar informações. É aí que entram as GPUs: criados para acelerar o processamento gráfico de forma paralela às CPUs (unidades de processamento central, que executam tarefas sequencialmente e com mais consumo de energia), esses chips evoluíram para abastecer as máquinas por onde rodam as redes neurais que turbinam a IA.

Esse processo ocorreu ao longo dos anos, quando especialistas passaram a otimizar as GPUs para algoritmos de IA. Estima-se que são necessárias apenas duas GPUs para realizar o mesmo trabalho em IA de mais de 10 mil CPUs.

Hoje, a Nvidia é líder global em chips gráficos - domina 70% do mercado, segundo a empresa de pesquisas Omdia, deixando para trás rivais como Amazon, Google, Intel, AMD e Qualcomm. A procura cresceu tanto nos últimos anos, em especial em 2023, que startups e outras empresas de tecnologia que querem entrar na corrida da inteligência artificial esperam 18 meses para receber os sistemas da Nvidia, sem optar pela infraestrutura de computação de outras empresas, segundo empresários consultados pelo jornal New York Times.

Nvidia foi uma das "empresas do ano" na área da tecnologia em 2024 Foto: Jeff Chiu/AP

Regulação aperta o cerco ao mundo tecnológico

Acostumado a não ser regulado, o setor de tecnologia vivenciou uma virada no humor de autoridades, reguladores e legisladores em todo o mundo. No Brasil, dois temas importantes foram alvo de debates e avançaram, o Marco da IA e a decisão sobre a proibição de smartphones nas escolas do País - apenas o PL das fake news não teve fôlego e consenso para evoluir.

De acordo com o próprio Senado, o objetivo do PL 2338/2023 - conhecido como Marco da IA - é a “definição de princípios éticos para IA, a criação de uma Política Nacional de Inteligência Artificial, a regulação do uso de IA em áreas como publicidade e justiça, além de mecanismos de governança e responsabilização”. Com isso, regras de desenvolvimento e orientações para sua construção são abordadas no documento.

O Marco da IA começou a ser discutido ainda em 2022, mas apenas em 2023 foi criada uma comissão para reunir informações, realizar audiências públicas e consultar especialistas para construir o texto da lei. No momento, o texto foi aprovado no Senado e passará pela Câmara dos Deputados.

A regulação se aplica para as IAs públicas e privadas que tenham uso comercial e de larga escala no País - ou seja, além dos modelos desenvolvidos pela iniciativa pública, startups e gigantes de tecnologia como Meta, Amazon, Microsoft, OpenAI e outras terão que se adaptar ao contexto da lei, caso aprovada. O texto ainda afirma que, independente do tipo de sistema, a regulação não se aplica para o desenvolvimento de IAs que sejam de uso pessoal e não comercial ou de uso em alguns setores governamentais, como defesa nacional.

Além disso, em novembro, no Brasil, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou um projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas. Países como a França, Holanda e China já possuem restrições envolvendo o uso de smartphones nas escolas. A Espanha, em junho, aprovou uma lei que proíbe o acesso de menores de 16 anos às redes sociais. Na Flórida, uma lei que proíbe a criação de perfis em redes sociais para menores de 14 anos deve entrar em vigor em janeiro de 2025.

Nesse mesmo sentido, a Austrália foi o país a adotar a lei mais severa - até o momento - sobre uso de redes sociais por adolescentes, proibindo o seu uso para jovens menores de 16 anos. O Instagram, o X, o Facebook e o TikTok deverão tomar medidas que impeçam que os adolescentes criem contas em suas plataformas, mas ainda não está claro como esse controle será feito. As empresas terão um ano de prazo para desenvolver medidas efetivas antes que a nova lei entre em vigor.

E, ainda no início de 2024, a União Europeia aprovou uma nova legislação que propõe mais transparência para as plataformas digitais.

Batizada de Lei dos Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês), a legislação tem como objetivo promover a segurança na internet ao exigir que plataformas digitais com mais de 45 milhões de usuários ativos obedeçam a um conjunto de regras. A peça foi aprovada pela União Europeia em outubro de 2022, junto com a Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês), que diz respeito a práticas de competitividade no bloco.

Para os usuários da União Europeia, a principal mudança do DSA está na possibilidade de abandonar a personalização de conteúdo desenvolvida pelas plataformas. Em outras palavras, isso significa “desligar” os algoritmos de redes sociais, evitar conteúdos moderados por inteligência artificial e, em alguns casos, voltar a uma interface dividida cronologicamente, como nos velhos tempos da internet.

Além dessas questões, 2024 também marcou um ano de processos para as big techs nos EUA e na União Europeia, como o caso que acusava o Google de ser um monopólio na área de buscas na web, as multas por questões fiscais enfrentadas pela Apple e a violação de regras antitruste da Meta.

Após um acordo, o Google teve que arcar com uma multa de 2,4 bilhões de euros por práticas anticoncorrenciais - nos EUA, a companhia passa por um processo de monopólio e pode ser desmembrada. Já a Apple, saiu com uma conta de 13 bilhões de euros com a Irlanda, o valor é referente a dívidas de impostos atrasados e por ter tido vantagens fiscais consideradas ilegais. A Meta, após dar acesso automático aos usuários do Facebook à plataforma de anúncios - o Marketplace - teve que pagar uma multa de 800 milhões de euros.

Marco da IA propõe mais regulação para o uso das tecnologias no País Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

IA mais ‘humanizada’

Por fim, 2024 também provou que a inteligência artificial está muito além de “simples” chatbots. As empresas passaram a desenvolver ferramentas mais humanizadas para a tecnologia e avançar alguns passos em direção a proliferação dessas ferramentas em todos os meios sociais.

O Gemini foi um caso capaz de exemplificar esse tema. O assistente virtual do Google, que usa IA generativa, passou a integrar melhor o sistema operacional, sendo capaz de atender a pedidos do usuário de uma forma mais integrada, eficaz e útil.

Outro exemplo disso, são as melhorias que o ChatGPT incorporou em seu sistema. Desde o SearchGPT, que compete com o Google no ramo das buscas, até as pesquisas por voz, fazem a experiência do chatbot ser muito mais natural para o usuário.

E, nesse caminho, iniciou-se uma nova era na indústria da tecnologia, os agentes de IA, que serão os destaques da indústria para 2025. Essas novas tecnologias são programas com capacidade de realizar tarefas de maneira autônoma, com pouca ou nenhuma supervisão humana. Os agentes de IA têm capacidade de interpretar dados e tomar decisões, o que abre as portas para automações complexas, que antes não eram possíveis.

Gemini avança como IA mais humanizada Foto: Google/Google

*Mariana Cury é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

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