Musk compra Twitter e gigantes demitem: veja o que rolou na tecnologia em 2022

A novela que envolveu o bilionário e a rede social roubou a cena; enquanto isso, gigantes e startups cortaram profissionais de forma não vista antes

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Por Redação
Atualização:

Nas redes sociais, a brincadeira é a de que 2022 foi o ano da tecnologia. No mundo real, o mundo da tecnologia passou por um ano turbulento. São tantas histórias que elas serão contadas em dois capítulos - o segundo você acessa no menu logo acima.

A principal história do ano a se desenrolou durante ao longo de meses: a compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk. Da proposta de compra, em abril, às mudanças da plataforma, em dezembro, a novela sugou o oxigênio do noticiário tecnológico, e escanteou figurinhas carimbadas, como Mark Zuckerberg e Jeff Bezos.

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Enquanto isso, a inflação global, a guerra na Ucrânia e a retomada da vida pós-covid geraram uma enorme desaceleração para as gigantes da tecnologia, o que resultou em cortes profundos de funcionários. Amazon, Netflix e Meta foram algumas das empresas que demitiram. O mesmo cenário econômico teve resultado parecido nas startups brasileiras, que demitiram centenas de funcionários após anos de expansão.

Veja abaixo a primeira parte das principais notícias do ano no universo da tecnologia - a segunda parte você acessa aqui.

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Musk compra o Twitter

Em outubro deste ano, Elon Musk concluiu a aquisição do Twitter. Foto: Dado Ruvic/Reuters

O bilionário Elon Musk teve os holofotes virados para ele diversas vezes no ano. Em maio deste ano, o executivo veio ao Brasil para se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro e discutir o monitoramento da Amazônia usando o serviço de satélites da sua empresa Starlink. Porém, o principal assunto em torno de Musk em 2022 foi a compra do Twitter.

No final de março, ele disse em sua conta no Twitter que teria interesse em criar uma rede social própria por achar que as plataformas de interação social não estariam sendo democráticas e estavam impedindo a liberdade de expressão dos usuários. No dia 13 de abril, ele formalizou sua intenção de comprar o Twitter por US$ 44 bilhões. De início, o conselho da rede social adotou uma estratégia para impedir a aquisição do bilionário. Mas, no dia 25 de abril, o Twitter comunicou que aceitou a proposta de compra.

No dia 8 de julho, Musk desistiu de comprar a rede social. Pouco tempo depois, no dia 12, o Twitter processou o bilionário por quebra de contrato para forçá-lo a comprar a empresa. Em 27 de outubro, pouco antes do caso ser decidido na Justiça americana, Musk concretizou o negócio e se tornou o novo dono do Twitter.

De início, o bilionário demitiu executivos do alto escalão, dissolveu o conselho e ‘convocou’ engenheiros da sua outra empresa, a Tesla, para trabalhar na rede social. Em 4 de novembro, Musk fez uma demissão em massa de funcionários ao redor do mundo, incluindo o Brasil - cerca de 3,7 mil pessoas foram dispensadas sob a desculpa de contenção de gastos. Com toda essa instabilidade e com um novo pedido de comprometimento dos funcionários com a empresa, muitas pessoas pediram demissão.

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Na sequência, a rede social começou a passar por algumas mudanças: no dia 5 de novembro, as verificações de conta começaram a ser vendidas por US$ 8 por mês na assinatura do Twitter Blue, mas, logo no dia 11, o serviço foi suspenso após contas de paródia começarem a confundir os demais usuários com o selo azul de verificação.

Já os temores de afrouxamento na moderação de conteúdo e uso enviesado do serviço passaram a virar realidade. Ele trouxe de volta o ex-presidente americano Donald Trump e suspendeu contas de jornalistas que cobrem assuntos relacionados a ele e a plataforma. Em meio a muitas críticas, o bilionário voltou atrás novamente e as contas retornaram.

Algumas dessas decisões foram tomadas após o executivo realizar enquetes do Twitter. Em uma delas, ele disse que vai renunciar ao cargo de CEO, algo que os investidores da Tesla enxergam com bons olhos após a empresa perder US$ 622 bilhões em valor de mercado em 2022.

Empresas de tecnologia tombam e demitem

A Meta, empresa de Mark Zuckerberg, demitiu 11 mil funcionários em 2022. Foto: Reuters

Esse também foi o ano das demissões em massa nas gigantes da tecnologia, algo pouco comum até aqui. Empresas de tecnologia como Amazon, Twitter e Apple enfrentaram instabilidade financeira ao longo de 2022 e fizeram cortes nas equipes de funcionários ao redor do mundo, incluindo no Brasil. Entre os motivos estão a inflação global, a guerra da Ucrânia, a alta de juros e a retomada da vida pós-covid, o que impactou nos hábitos de consumo digital da população mundial.

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Durante a pandemia de covid-19, as chamadas ‘Big Techs’ foram as empresas que melhor lidaram com a crise econômica global, mas, vem vivendo uma situação inédita desde o começo do ano, o que obrigou as grandes empresas a realizarem demissões em massa de funcionários e congelar contratações.

Uma amostra do que viria ao longo do ano veio logo em fevereiro, quando a Meta, empresa dona de aplicativos como Facebook, Instagram e WhatsApp, perdeu US$ 252 bilhões em valor de mercado em um único dia, maior queda em dia único da história do mercado financeiro americano. Ao longo do ano, a Meta perdeu mais de US$ 730 bilhões em valor de mercado.

Isso fez a empresa de Mark Zuckerberg demitir 11 mil pessoas - cerca de 13% do quadro total de funcionários - no dia 15 de novembro. Foi a maior demissão já feita por uma empresa de tecnologia.

Ao longo do ano, quem sofreu também foi a Netflix, que perdeu assinantes pela primeira vez na história e demitiu 450 pessoas - isso forçou a companhia a criar um plano mais barato que exibe publicidade.

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A Microsoft demitiu 1% dos funcionários da empresa, que chega ao número aproximado de 1,8 mil pessoas. A Apple foi mais uma das empresas de tecnologia que fizeram cortes este ano, demitindo 100 funcionários da área de recrutamento de pessoas. A Salesforce também fez cortes de funcionários. Em novembro, a empresa demitiu parte de seus 73 mil funcionários, mas o número não foi confirmado. Na sequência foi a Amazon, que realizou 10 mil demissões.

Startups brasileiras sofrem

Startups "unicórnios" demitiram cerca de 4 mil funcionários de suas empresas durante o ano. Foto: Reprodução/Apple

Os mesmos fatores que atingiram as gigantes também bagunçaram o cenário brasileiro de startups, um setor que se acostumou nos últimos anos a expandir de forma agressiva. Sem a abundância do capital de risco, elas tiveram que recorrer a muitas demissões ao longo do ano.

O movimento acertou em cheio os “unicórnios”, startups com avaliação maior que US$ 1 bilhão - são empresas acostumadas a queimar caixa para crescer rapidamente. No total, foram quase 4 mil demitidos apenas nessas empresas.

Os cortes aconteceram em empresas como QuintoAndar, Vtex, MadeiraMadeira, Unico, 99, Buser, Mercado Bitcoin, Ebanx, Loggi, Nomah, Provi, Zenklub, Nomad, Olist, Facily, Dock, Wildlife, Loft e Hotmart.

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Veja a segunda parte da retrospectiva aqui

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