Nave da Índia na Lua, SpaceX e foguete brasileiro: qual é o maior?

Desde de o início da exploração espacial, diversos países construíram naves e lançadores de satélites para sair da Terra

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Foto do author Bruna Arimathea
Foto do author Caio Possati

A corrida espacial global ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira, 23, com a chegada da espaçonave Chandrayaan-3, da Índia, à Lua. Até então, apenas Estados Unidos, Rússia e China tinham conseguido pousar em solo lunar, mas os indianos foram os primeiros a colocar um equipamento no polo sul do satélite natural da Terra. A área, muito pouco explorada até agora, é altamente cobiçada por conter água na forma de gelo em crateras permanentemente sombreadas.

Para chegar à Lua, colocar um satélite em órbita ou mesmo só para dar um passeio no espaço e voltar para a Terra, é preciso de uma nave potente. Por isso, o desenvolvimento de foguetes não parou nas últimas décadas, e deu origem a alguns modelos icônicos.

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O Brasil também tenta participar desta corrida. Primeiro investiu no o VLS, Veículo Lançador de Satélites, que pegou fogo ainda em solo em 2003 - agora, aposta no VLM, de microssatélites, que tem previsão de lançamento em 2027. Os dois tentam se juntar a nomes como Vostok 1, ônibus espacial e e Falcon 9.

Veja abaixo as diferenças e semelhanças entre os principais foguetes da história.

Vostok 1

Desenvolvido pela União Soviética e lançado em 12 de abril de 1961, o Vostok 1, de 41 metros e 290 toneladas, foi o primeiro foguete da história a levar uma pessoa para o espaço, o cosmonauta Yuri Gagarin. De dentro da cápsula da espaçonave, ele pôde avistar a Terra e atestar que nosso planeta “é azul”. A viagem durou 1 hora e 48 minutos.

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Apollo 11

Sete anos depois, em 1969, os Estados Unidos lançaram ao espaço a Apollo 11, uma espaçonave de 111 metros e cerca de 3 mil toneladas, que levou as primeira pessoas à Lua, os astronautas Neil Armstrong e Edwin “Buzz” Aldrin Jr. No contexto da Guerra Fria, a inédita chegada ao solo lunar promovida pelos norte-americanos foi uma resposta ao sucesso do voo do Vostok 1, da União Soviética, no começo da década.

Ônibus Espacial

Para substituir a Apollo, a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, projetou os ônibus espaciais no começo da década de 80. Com altura de 56,3 metros e massa de 2 mil toneladas, a nave era utilizada como veículo lançador de satélites e também participava de missões tripuladas feitas para o reparo de aparelhos em órbita e para reabastecimento da Estação Espacial Internacional.

VLS

O Brasil tentou colocar o seu primeiro foguete em órbita. Para isso, foi desenvolvido o VLS-1, o Veículo Lançador de Satélites, com capacidade para lançar cargas úteis de até 500 quilos em uma altitude de até 750 quilômetros. O foguete tinha 19,4 metros e massa de 49,7 toneladas. Depois de duas tentativas mal sucedidas, em 1997 e 1999, e um incêndio que matou 21 pessoas em 2003, três dias antes de um novo lançamento, o programa do VLS-1 foi extinto pelo governo brasileiro em 2016.

Soyuz 2

Em 2006, enquanto o Brasil tentava recolher as peças do incêndio do VLS-1, a Rússia dava início a uma nova geração de foguetes: Soyuz 2, equipamentos de 312 toneladas e 46 metros de altura, com capacidade para lançar cargas em órbitas baixas, altas e também órbitas geoestacionárias. Foi o principal meio de transporte até a ISS depois da aposentadoria dos ônibus espaciais americanos.

Falcon 9

Já na era das empresas privadas, a SpaceX, de Elon Musk, construiu o Falcon 9, foguete com 70 metros de altura que já levou astronautas para a Estação Espacial Internacional. Desde sua última atualização, em 2018, o foguete foi equipado com um super motor de lançamento e tem trabalhado em colocar em órbita baixa satélites da Starlink, que oferece serviço de internet global.

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New Shepard

Assim como Musk, Jeff Bezos, fundador da Amazon, também quis criar seu próprio foguete — e ele mesmo já viajou a bordo da New Shepard, que levou o bilionário e outros tripulantes em 2021. A nave da Blue Origin é o modelo com tamanho mais parecido com os veículos do programa espacial brasileiro: cada um tem pouco mais de 18 metros, pesa 75 toneladas e é focada em viagens suborbitais, onde os passageiros ficam em uma cápsula e podem passar alguns minutos em gravidade zero após o lançamento.

A New Shepard fez seu primeiro voo tripulado em 20 de julho de 2021. A nave da Blue Origin, empresa de turismo espacial de Jeff Bezos, levou o bilionário e mais três tripulantes a uma viagem de alguns minutos na órbita da Terra  Foto: Tony Gutierrez/AP

Starship

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O gigante de 120 metros é a aposta mais recente de Musk para chegar mais longe na exploração espacial. O foguete é um conjunto de uma nave que comporta até 100 pessoas e um lançador com 33 motores, chamado Super Heavy. Considerada o maior foguete já construído na história, a nave fez seu teste inaugural em abril deste ano, mas explodiu apenas quatro minutos após a decolagem. A SpaceX planeja, ainda, produzir cinco foguetes Starship neste ano, além de usar o veículo para iniciar viagens para Marte.

Chandrayaan-3

Primeiro veículo a mandar um robô de exploração para o polo sul da Lua, o Chandrayaan-3 saiu da rota das empresas americanas e colocou a Índia em um clube espacial frequentado por poucos. O foguete tem 43 metros de altura, 640 toneladas e três estágios de separação, que são impulsionados por dois motores. A missão que colocou a Índia na Lua com o Chandrayaan-3 foi a terceira do programa espacial do projeto e durou cerca de 40 dias.

A nave especial indiana Chandrayaan-3 decolou em 14 de julho rumo ao polo Sul da Lua  Foto: AP/Aijaz Rahi

VLM

O Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) é o novo projeto do Brasil para colocar um foguete em órbita e ser capaz de lançar seus próprios satélites. Com 19,4 metros, mesma altura de seu antecessor, o VLS, o novo equipamento vai poder carregar cargas de até 100 quilos para o espaço, em uma altitude máxima de 300 quilômetros — o que é considerado órbita baixa. Ainda em fase de testes de seu motor, chamado de VS-50, o VLM tem previsão de lançamento apenas em 2027 e é o único veículo do tipo no radar da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Força Aérea.