Nos últimos dias, as VPNs ganharam holofotes. Primeiro, a demanda pelo recurso teve uma disparada na Rússia, após Vladimir Putin bloquear no país o funcionamento de redes sociais americanas como Instagram e Facebook.
Na sequência, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou multa de R$ 100 mil para quem tentasse usar VPN para acessar o Telegram. A punição constava na decisão de bloqueio do aplicativo publicada na sexta 18 e revertida no último final de semana.
Nos dois casos, o uso das VPNs está atrelado a driblar restrições a serviços online. Mas afinal, o que é uma VPN, como funciona e para que serve?
O que é VPN?
A sigla VPN vem do inglês Virtual Private Network (rede virtual privada, em tradução livre) e se trata de uma conexão estabelecida dentro de uma rede privada enquanto você navega pela internet. Essa conexão faz a criptografia em tempo real da sua navegação e dificulta o rastreamento de dados.
A VPN oculta o IP (o endereço único de cada máquina na internet) e redireciona o usuário para um servidor remoto específico. Lá, os dados passam por uma espécie de “rasura”, assim o provedor de internet (ou terceiros) não podem ver quais sites foram acessados nem os dados enviados ou recebidos.
É por essa razão que VPNs são usadas quando um país bloqueia o acesso a um serviço digital: os provedores não conseguem ver a origem do acesso. Com isso, você consegue salvar seus dados de navegação sem correr o risco de ser rastreado ou ter seus dados roubados.
Para que é usada a VPN?
No geral, as VPNs são usadas para aumentar a segurança de navegação, especialmente no que diz respeito ao rastreamento de informações. Torna-se quase impossível ser interceptado ao lançar uso da ferramenta.
A VPN pode ser usada no trabalho, onde é utilizada em aparelhos de funcionários de empresas para que acessem a rede interna da firma. Esse tipo de conexão ficou muito popular durante a pandemia pela necessidade de usar computadores distantes das redes físicas do escritório.
Empresas prezam muito pela segurança de seus dados e não podem correr o risco de ter informações vazadas. Nesse uso, as VPNs aparecem como a ferramenta ideal para a comunicação interna mais segura com os funcionários.
No uso doméstico, as VPNs podem ser usadas também para acessar sites bloqueados por fronteiras entre países, como os russos vêm fazendo durante as restrições impostas pelo governo.
A ferramenta pode ser usada para acessar conteúdo regional bloqueado em outras localidades. Com a VPN, o usuário pode “mudar” sua localização e escolher aquela que permite o acesso ao material. Para manter-se sem identificação, a VPN disfarça o IP por meio de um banco de dados próprio do provedor.
Como faço para usar VPN?
Existem quatro maneiras de se conectar a uma VPN: via software, roteador, extensão de navegador ou celular. Veja abaixo.
Software O usuário deve instalar no computador um software VPN, e ele deve ser configurado para se adequar ao sistema de Wi-Fi. Esse software pode ser encontrado na internet, de forma gratuita ou paga. Após instalado, será criado um túnel de conexão criptografada ao terminal de internet. Assim, sua navegação estará protegida.
Roteador Roteadores de VPN são vendidos em lojas de eletrônicos. São recomendados caso existam vários aparelhos em uma casa conectados a uma rede Wi-Fi. A vantagem deste método é que é mais fácil ter um roteador com conexão protegida configurada de fábrica do que instalar VPNs individuais em cada um dos aparelhos.
Extensões no navegador São as menos recomendadas, pois, como são baixadas dentro do próprio navegador, podem ter falhas, permitindo que dados do usuário sejam rastreados. É necessário ter muita atenção ao escolher uma extensão de VPN. Nesse caso, é melhor adotar navegadores, como o Opera, que têm embutidas extensões VPN próprias.
Celular Existem opções dentro da App e Play Store de VPNs próprias para celular, e são muito recomendadas para quem armazena dados de pagamentos em seu smartphone, pois garantem a segurança desses dados.
Sou obrigado a usar VPN?
Ninguém é obrigado a usar uma VPN. A sua máquina vai continuar navegando na internet sem a ferramenta. Porém, elas são recomendadas para aumentar a proteção da sua navegação.
Em casos nos quais a localização física pode causar algum tipo de problema para quem está tentando se conectar, as VPNs são fundamentais. Na Rússia, ninguém foi obrigado a usar o recurso, mas foi só por meio dele que os habitantes encontraram formas de driblar as restrições impostas pelo governo local a sites de veículos jornalísticos e a redes sociais americanas.
Quais os melhores serviços de VPN?
Existem muitos serviços de VPN. O mais importante é ter confiança na integridade dos servidores. Abaixo estão alguns dos serviços mais populares.
Express A Express oculta seus dados pessoais exibidos na rede, incluindo o IP. A empresa oferece até um curso online sobre privacidade e anonimato nas redes. Ela pode ser equipada em TVs inteligentes, celulares e videogames conectados à rede de internet. Seus planos são o mensal (R$ 12,95 por mês), o semestral (R$ 10 ao mês) e o anual (R$ 8,32 ao mês). Todos os planos têm reembolso de 30 dias em caso de insatisfação do cliente.
IPVanish Essa VPN é especialmente usada para navegação na web, pois não possui nenhum IP de disfarce que pode ser bloqueado pelo Google. Ela também desbloqueia os sites, mantém IP do usuário protegido e usa a criptografia de 256 bits. A empresa oferece proteção para até 5 dispositivos diferentes. Seus planos são apenas pagos em dólar. O mensal custa US$ 11, o trimestral sai por US$ 5 ao mês, e o anual custa US$ 3,75 ao mês.
Ivacy A Ivacy é uma VPN que promete velocidade, 5,7 mil servidores e criptografia militar para garantir a segurança da navegação do usuário. Você pode conectar até 10 aparelhos simultaneamente em sua casa e tem atendimento 24 horas todos os dias do ano. Todos os planos têm reembolso de 30 dias em caso de insatisfação do cliente. Os planos podem ser mensal (R$ 10 por mês) ou anual (R$ 2,41 ao mês). Há também um plano de 5 anos, pelo qual você paga R$ 2 ao mês.
Nord Um dos serviços mais conhecidos de VPN, a Nord tem conexão de alta qualidade, velocidade, criptografia militar e a possibilidade de conectar até 6 dispositivos diferentes, como roteadores, TVs inteligentes e smartphones. Seus planos são mensal (R$ 60), bianual (custo mensal de R$ 13). Há também o plano anual 1, que custa R$ 18 ao mês.Todos os planos têm reembolso de 30 dias em caso de insatisfação do cliente.
Norton O Norton usa um sistema de criptografia bancária, do mesmo tipo das usadas em bancos para proteger dados dos clientes. O serviço promete boa velocidade de navegação, além de oferecer acesso a qualquer site, sem bloqueios. Também não permite o rastreamento de informações para anúncios personalizados. Os seus planos anuais são o Secure VPN, que custa R$ 110 e permite 10 aparelhos simultâneos conectados no servidor; o Deluxe, que custa R$ 70 e permite 5 aparelhos simultâneos; e, por fim, o Premium, que custa R$ 90, permite 5 aparelhos simultâneos e oferece backup de nuvem.
Private Internet Access A Private oferece um disfarce para seu IP durante a navegação para que sites não possam identificar seus dados ou hábitos, e também tem seu sistema próprio de criptografia. Entre os planos estão o mensal (R$ 53),anual (que sai por R$ 17,60 ao mês) e o de 3 anos (de três meses grátis e custo de R$ 11,21 mensais). Todos os modelos têm reembolso de 30 dias em caso de insatisfação do cliente.
Surfshark Promete navegação de alta velocidade e tem uma política estrita contra monitoramento, rastreamento ou armazenamento de dados para que os usuários não deixem rastros na internet. A empresa tem uma rede secundária em caso de queda da principal e possui uma opção chamada “No Borders”, que consiste na possibilidade de usar recursos proibidos dentro das leis de internet de um determinado país. Seus planos são o mensal (R$ 67,48 ao mês), o anual (R$ 20,79 ao mês) e o bianual (R$ 12,97 ao mês). Todos têm reembolso de 30 dias em caso de insatisfação do cliente.
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