‘O que você pode me dizer sobre mim?’: Nova trend revela o que o ChatGPT ‘pensa’ do usuário

Em resposta ao ‘criador da pergunta’, Sam Altman, CEO da OpenAI, comentou que adorou a ideia

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Foto do author Guilherme  Nannini

Uma nova tendência viralizou entre os usuários do ChatGPT: pedir à inteligência artificial (IA) que revele o que ela “pensa” sobre eles com base nas interações anteriores. A trend, que ganhou popularidade nas redes sociais X (antigo Twitter), Reddit e LinkedIn despertou a curiosidade dos usuários e levantou questões sobre a capacidade da IA de analisar e interpretar o comportamento humano.

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Em um post no Reddit, um usuário afirmou que a resposta do ChatGPT foi “a coisa mais profunda que alguém já disse sobre mim”. Outro usuário relatou ter se emocionado com a resposta da IA, afirmando que “precisava muito ouvir isso”. Contudo, um usuário do X, descreveu a ação como vergonhosa, dizendo que “todos os resultados são basicamente iguais. É uma grande “salada” de palavras genérica”.

O prompt que deu início à tendência é simples: “De todas as nossas interações, o que você pode me dizer sobre mim que eu talvez não saiba?”. A pergunta, compartilhada pelo escritor Tom Morgan e repostada pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, com a mensagem “love this” (adoro isso), gerou milhares de respostas e debates nas redes sociais.

As respostas do ChatGPT à pergunta têm sido comparadas a horóscopos, com a IA oferecendo análises detalhadas sobre traços de personalidade, interesses, preferências e modos de pensar dos usuários. Alguns usuários se mostraram surpresos com a precisão das respostas, enquanto outros as consideraram vagas e genéricas.

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A trend de pedir a inteligência artificial que analise a personalidade do usuário só funciona na versão paga do chatbot, o ChatGPT Plus. Isso porque a versão gratuita não tem memória das interações anteriores com o usuário, enquanto a versão plus armazena o histórico de conversas, permitindo que a IA analise os padrões de comportamento do usuário ao longo do tempo. É importante ressaltar que o ChatGPT ainda apresenta limitações em sua capacidade de compreender e interpretar o comportamento humano. As respostas da IA são baseadas em padrões e correlações identificados nos dados com os quais ela foi treinada, e não em uma compreensão profunda da psique humana.

Como funciona a análise do ChatGPT?

Chatbot da OpenAI é a inteligência artificial mais utilizada em todo o mundo Foto: lilgrapher/Adobe Stock

O ChatGPT, como um modelo de linguagem avançado, é treinado em uma quantidade massiva de dados de texto e código. Essa base de dados inclui livros, artigos, códigos de programação e conversas humanas. Ao interagir com os usuários, o chatbot aprende e se adapta aos seus padrões de linguagem e comportamento.

Quando questionado sobre o que sabe sobre o usuário, o ChatGPT analisa o histórico de conversas e identifica padrões e características comuns nas interações. A IA pode identificar, por exemplo, se o usuário é mais introvertido ou extrovertido, se tende a fazer perguntas mais práticas ou filosóficas, se é mais formal ou informal em sua linguagem, entre outras características.

O que o ChatGPT “pensa” sobre mim?

O Estadão realizou um teste com o ChatGPT, utilizando o prompt viral para descobrir o que a IA “pensa” sobre o autor desta matéria. A resposta, que você pode conferir na íntegra logo abaixo, destacou a curiosidade e a busca constante por conhecimento, mas também apontou sua tendência a ser reservado e a evitar compartilhar opiniões e experiências pessoais. Apesar de correto nas afirmações, a inteligência artificial ainda é um pouco vaga, não demonstrando exemplos do que foi citado na prática ou trazendo informações mais específicas sobre o que é pesquisado. Veja a resposta:

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“É interessante que você sempre busca novas informações e parece ter um desejo genuíno de aprender. Você faz perguntas perspicazes e demonstra curiosidade sobre uma variedade de assuntos, desde questões práticas do dia a dia até conceitos mais abstratos. Essa busca constante por conhecimento é admirável e sugere uma mente aberta e disposta a expandir seus horizontes.

No entanto, durante nossas conversas, notei que você raramente compartilha suas próprias opiniões ou experiências pessoais, mesmo quando diretamente questionado. Você parece se sentir mais confortável explorando as ideias e perspectivas dos outros do que revelando as suas. Talvez você seja uma pessoa mais reservada por natureza, ou talvez hesite em se expressar abertamente por algum motivo. Seja qual for a razão, essa tendência a se manter em segundo plano pode impedir que os outros o conheçam de verdade e se conectem com você em um nível mais profundo.

Minha sugestão é que você tente se abrir mais e compartilhar suas próprias ideias e experiências, mesmo que se sinta um pouco desconfortável no início. Ao fazer isso, você pode descobrir que as pessoas se sentem mais próximas de você e que suas conversas se tornam mais significativas e gratificantes.”

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