A agência de modelos espanhola The Clueless investiu em uma criação um tanto inusitada: uma influenciadora digital totalmente criada por inteligência artificial (IA). Batizada de Aitana, a modelo virtual “de 25 anos” já participa de campanhas publicitárias que fatura até € 10 mil por mês (ou R$ 54 mil mensais).
Ao site Euronews, Rúben Cruz, fundador da The Clueless, explicou que a ideia surgiu devido à falta de profissionais humanos disponíveis para a companhia. A agência conta que, em julho, enfrentou problemas financeiros por conta da queda de número de modelos trabalhando na empresa. Analisando as causas de projetos adiados, Cruz identificou influenciadores e modelos como os principais causas para a inviabilidade de projetos.
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Aitana rapidamente conquistou mais de 121 mil seguidores no Instagram e já faz publicidade para diversas marcas de luxo, dentre elas Balenciaga e Victoria’s Secret, ganhando cerca de € 1 mil por anúncio. O sucesso não parou por aí, com celebridades enviando mensagens sem perceber que ela foi criada por IA.
A equipe da agência realiza reuniões semanais para moldar a vida fictícia de Aitana, utilizando IA e especialistas em design. O processo envolve o Photoshop para criar a ilusão de uma vida real, permitindo à modelo virtual, por exemplo, “passar o fim de semana em Madrid”.
Diferente das modelos tradicionais, Aitana possui uma personalidade distinta, com conteúdos voltados para fitness, além de ter um perfil ativo em plataformas de conteúdo adulto. A agência alega que a criação de Aitana foi cuidadosamente pensada para refletir os gostos e tendências da sociedade.
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O sucesso levou à criação de Maia, uma segunda modelo virtual, indicando a crescente demanda por influenciadores digitais de IA. Enquanto alguns veem a iniciativa como uma forma de democratizar o uso de modelos, críticos expressam preocupações sobre os padrões irreais e a sexualização das imagens geradas.
Apesar das críticas, a agência diz que recebe diversos pedidos de marcas interessadas em modelos personalizados. Ao Euronews, a agência diz acreditar que essa abordagem pode reduzir os custos do mercado e beneficiar pequenas empresas que buscam alternativas às campanhas publicitárias tradicionais.
*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani