SXSW 2018: Caixas de som inteligentes viram 'central' de games

Fabricantes como Google e Amazon se aproximam de desenvolvedores para acelerar a criação de jogos para seus assistentes pessoais Assistant e Alexa

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Por Claudia Tozzeto e enviada a Austin (EUA)
Atualização:
Caixa de som inteligente Google Home Foto: Google

Muita gente ainda se pergunta, mesmo nos Estados Unidos, para quê uma caixa de som inteligente serve. Esses dispositivos, que ganharam popularidade desde que a Amazon lançou a primeira versão do Echo em 2014, permitem usar um assistente pessoal para comandar, pela voz, dispositivos conectados à internet na casa, fazer pesquisas na web, agendar compromissos e ouvir receitas em voz alta ao cozinhar. No South by Southwest (SXSW), festival de música, tecnologia e interatividade que acontece em Austin (EUA) até 18 de março, outro tipo de uso começa a ganhar força: os games.

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Durante uma palestra neste final de semana, desenvolvedores de estúdios nos Estados Unidos e na Europa mostraram alguns dos jogos em desenvolvimento para a caixa de som inteligente do Google, chamada Google Home. Como a maioria das caixas de som inteligentes não dispõe de tela, a ferramenta para se divertir é a voz. Eles podem ser jogados por um ou mais jogadores, que precisam estar ao redor da caixa de som inteligente, o que é necessário para que os microfones captem a conversa.

Um dos jogos mostrados pelo Google durante o SXSW foi o Safari Mixer, desenvolvido pelo estúdio criativo Rehab, de Londres, no Reino Unido. Trata-se de um game para crianças que permite que elas façam combinações entre diferentes espécies de animais. Para acionar o jogo, é preciso dizer para o Google Home "Talk to Safari Mixer" (Fale com o Safari Mixer, em inglês).

As crianças, então, dizem quais partes de animais querem usar -- como a tromba do elefante combinada a patas de tigre -- e esperam o resultado: além de exibir uma animação do animal no smartphone que está conectado à caixa de som, ele também reproduz o que seria o som daquele novo animal, gerado a partir de um algoritmo que combina os sons dos animais usados para compor a nova espécie. O jogo é compatível apenas com a caixa de som inteligente do Google.

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Outro game de destaque é o Grilled Murder Mistery, que envolve o jogador numa história de investigação em que ele deve ajudar um detetive a encontrar o culpado por um assassinato. Toda a interação é feita por comandos de voz, como se o jogador estivesse colhendo depoimentos dos suspeitos. No final do processo, o assistente pessoal do Google questiona o jogador sobre quem é o assassino e como ele descobriu.

A experiência com o jogo é parecida com ouvir um audiobook: a pessoa escuta uma história, conhece os personagens, mas em alguns momentos é convidada a participar. As ações dos participantes são analisadas em tempo real por um algoritmo, que modifica o jogo. Dependendo do tom que o jogador usar para fazer uma pergunta ao suspeito, por exemplo, ele pode responder com a voz trêmula, indicando nervosismo. O jogo foi criado pelo estúdio americano Tool e demora entre 5 e 12 minutos, de acordo com a disposição do jogador em continuar a investigação.

Além do Google, a Amazon também tem se aproximado mais dos estúdios de games. Embora não esteja presente no SXSW, a gigante do e-commerce anunciou em dezembro o lançamento do Echo Buttons, um acessório para sua caixa de som inteligente que permite disputar jogos de perguntas e respostas com amigos -- lembra do Passa ou Repassa? O produto está à venda nos Estados Unidos por US$ 20 cada e uma série de games compatíveis com a assistente pessoal Alexa, como o Jeopardy, da Sony. Na loja oficial da Amazon já é possível encontrar dezenas de títulos disponíveis (em inglês).

Por enquanto, os games não funcionam em português, uma vez que as caixas de som inteligentes ainda não chegaram ao Brasil. Contudo, quem trouxer uma caixa de som inteligente dos EUA podem usar os games por aqui, em inglês.

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