Monetização dados pessoais para plataformas terceiras pode ser a próxima grande onda da internet - com isso, indivíduos poderão precificar suas informações coletadas na web e vendê-las diretamente para empresas. Isso é o que o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, imagina para o futuro, segundo entrevista dada por ele ao programa Conversa com Bial, transmitido pela TV Globo na noite de segunda-feira, 2.
Para Campos Neto, um “superapp” (conceito de aplicativo faz-tudo que pode reunir transações financeiras, mensagens em redes sociais e compras online, por exemplo) vai permitir que usuários “armazenem” seus dados pessoais e negociem com companhias interessadas.
“Isso vai ficar numa carteira digital de dados, ou de d-wallet, em inglês. E aí os indivíduos vão conseguir transformar esses dados em tokens para monetizá-los”, disse o presidente da autoridade monetária.
A fala ocorreu após pergunta do jornalista Pedro Bial, apresentador do programa de entrevistas, sobre eventual regulamentação do comércio de dados nas redes sociais, no qual o consumidor pode vender suas informações para terceiros por meio de plataformas intermediárias.
Mais detalhes sobre a construção do sistema, porém, não foram fornecidos por Roberto Campos Neto, que ocupa a presidência do Banco Central brasileiro desde 2019 – o mandato deve terminar no fim de 2024.
Carteira digital de dados é aposta de startup brasileira
Ainda que possa parecer futurista, o conceito levantado por Campos Neto é o modelo de negócio da startup brasileira DrumWave. Com uma carteira digital (também chamada de “dWallet”), a empresa quer que usuários consigam monetizar suas informações pessoais.
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O serviço foi lançado em junho passado, em São Paulo, e tem mercado potencial de 185 milhões de brasileiros, segundo a companhia. Entre as companhias interessadas no modelo estão Visa, BV (Banco Votorantim), Tecban, Banco do Brasil e iDr.
A DrumWave foi fundada em 2015, na Califórnia, Estados Unidos, pelo brasileiro André Vellozo. Atualmente, o presidente da empresa é o brasileiro Fernando Teles, que comandou a Visa no Brasil por cinco anos.
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